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Mensagem: Violencia urbana, uma reação José Prates o Norte de Minas, principalmente Montes Claros, é a região que nos últimos anos, atingiu altíssimos índices de violência contra a pessoa, nunca vistos, nem sequer imaginados antes. O que aconteceu, segundo observadores, a região cresceu em população e acompanhou o país na marcha da violência urbana que ocupa todos os espaços, sejam lá onde for. Hoje, no país inteiro, a pessoa vive intranqüila em qualquer lugar onde esteja, num centro urbano. Antes, os altos índices de violência eram verificados nas grandes cidades como São Paulo e Rio de Janeiro, mesmo assim, em alguns pontos, como favelas distantes de policiamento. Hoje, lamentavelmente, essa violência deixou de ser neste ou naquele logradouro: está presente em todos os lugares dos grandes ou pequenos centros. No Rio de Janeiro, a violência urbana desceu dos morros e está no asfalto, fazendo suas vitimas. O que ninguém explica e nem procura saber é onde está a raiz do problema que nos trouxe a esse estado de insegurança. . Muitos vêem a violência como sintoma de uma doença social, enquanto outros a têm como o efeito do tratamento da sociedade aos menos favorecidos. Mas, infelizmente, os governos não vêem nenhuma nem outra causa para a violência, usando, então, para combatê-la, conceitos e armas erradas, sem saber onde está a raiz do mal. A violência urbana que generaliza, matando e destruindo é um efeito, é uma reação. A causa mais apontada é a maneira de proceder da sociedade que provoca a reação dos que se sentem marginalizados e excluídos do convívio social, Não adianta o uso de policiais super armados na defesa pública para combater o efeito ou a reação dessa revolta. O necessário é que a sociedade compreenda o problema e modifique o comportamento na convivência com os mais humildes, que se sentem agredidos com a ostentação de luxo e riqueza; com a mesa farta, os carros luxuosos garantidos pelos altos salários. Já é tempo da sociedade brasileira conscientizar-se de que a violência não nasceu espontaneamente. Seu nascimento foi provocado por uma ação da sociedade, talvez equivocada, que feriu o sentimento de grupos de pequena renda, fazendo nascer a revolta com desejo de revide. Não é, apenas, a agressão física que gera a revide como defesa, mas, principalmente a agressão moral como o preconceito, a segregação social, ou a ostentação de luxo em provocação àqueles que por razões diversas, não atingiram aquele nível social. Não queremos dizer que a revide em forma de violência veio dos fracassados ou frustrados, mas, dos que se sentiram humilhados pela afronta dos beneficiados pela riqueza. Foi, então, que valendo-se da inércia da sociedade e incapacidade do Estado para combatê-la, a violência urbana chegou, cresceu e alastrou-se abrigando o crime organizado,. Uma analise da Vulnerabilidade Social e da Violência Urbana no Centro de Fortaleza, Ce, chegou à conclusão de que “A violência é um ciclo que começa e termina nele mesmo, sem benefício para ninguém, a não ser para os líderes do crime organizado, na exploração daqueles que, direta ou indiretamente foram ou serão suas vitimas” O rápido crescimento das taxas de crime que se observou nas ultimas décadas tem despertado o interesse de diversas ciências que procuram o “porque” de tudo isto. Conclui-se que o fenonemo da metropolização com aumento do nível de concentração espacial, é, também, circunstancialmente um local de embate de múltiplas territorialidades, de desejos distintos e diferentes comportamentos engendrando o que percebemos como território onde o medo e o receio condicionam os sentidos e a reprodução sócio-espacial. O adensamento de pessoas nos centros urbanos pode produzir uma maior conscientização da desigualdade social, o que, por conseqüência, tem o potencial de incitar a prática criminal, trazida pela sensação de agressão sofrida pelos discriminados. No caso, então, a arma para o combate é a assistência aos menos favorecidos oferecendo-lhes condições dignas para socialização, não permitindo que se sintam discriminados ou agredidos. Não é um programa a curto prazo porque depende de várias providencias, inclusive a reeducação social. . (José Prates, 84 anos, é jornalista e Oficial da Marinha Mercante. Como tal percorreu os cinco continentes em 20 anos embarcado. Residiu em Montes Claros, de 1945 a 1958, quando foi removido para o Rio de Janeiro, onde reside com a familia. É funcionário ativo da Vale do Rio Doce, estando atualmente cedido ao Sindicato dos Oficiais da Marinha Mercante, onde é um dos diretores)
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