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Mensagem: ORBIS CLUBE * Avay Miranda Fiz parte da turma que fundou o Orbis Clube de Montes Claros, no dia 1º de maio de 1960. Naquela época o Orbis era integrado só por jovens, do sexo masculino de 18 a 26 anos de idade. Então o Rotariano Hidelbrando Mendes conseguiu reunir uma plêiade de jovens montesclarenses, fez várias reuniões preparatórias com eles e apenas dois anos e seis meses depois de fundado o primeiro Orbis Clube, em Fortaleza, nós fundamos o Orbis Clube de Montes Claros, Norte de Minas Gerais. Os jovens abraçaram a causa com todo o entusiasmo e interesse em prestar serviço à comunidade. Várias campanhas foram lançadas, simultânea ou sucessivamente. Uma que se tornou de conhecimento nacional, foi a companha de combate ao “barbeiro”, inseto transmissor do protozoário “Trypanosoma Cruzzi”, causador da doença de chagas. Montes Claros na década de sessenta possuía 105 mil habitantes, sendo que a população urbana era de 43 mil e a rural, de 62 mil habitantes. Portanto, era um Município com a predominância de população rural. Apesar de ter mais de 100 mil habitantes, o número de eleitores era muito pequeno e por isto aquela cidade não era levada em consideração pelos políticos e governantes da época. Além disto, o Município vinha de uma série de prefeitos ruins, que não promoviam o desenvolvimento que a cidade e o Município mereciam. Então o Orbis Clube resolveu lançar uma campanha de esclarecimento público para incentivar às pessoas a se inscreverem como eleitores. Ao mesmo tempo decidiu manter a campanha para conscientizar o povo da necessidade de eleger pessoas progressistas para ocupar o cargo de Prefeito e formar uma boa câmara de vereadores. Tão logo foi anunciada a campanha, o Orbis Clube recebeu o apoio da imprensa. O Diretor de “O JORNAL DE MONTES CLAROS” ofereceu um espaço para uma crônica semanal, tendo o Presidente do Orbis Clube me incumbido de ocupar o espaço, porque eu já militava em jornais e na ZYD-7, Rádio Sociedade Norte de Minas. O nome do espaço foi escolhido como “COLUNA DE DEBATES”, porque, ora o Companheiro Otoni Caribé Cunha e ora eu escrevíamos os artigos e recebíamos críticas ou elogios dos leitores. Mantivemos aquela coluna por vários meses e houve sensível aumento do número de eleitores. Assim, nós, em nome do Orbis Clube abordamos os assuntos diretamente relacionados com as más administrações dos últimos anos, apontando as falhas e dando as soluções, no nosso entender. Pode ser coincidência, mas, a campanha obteve total sucesso, visto que os dois partidos, então existentes: ARENA e MDB resolveram se unir e lançar como candidato único, o Rotariano Antônio Lafetá Rebelo, nas eleições de 1966. Como o cargo de vereador não era remunerado somente pessoas de espírito público concorriam às eleições. Os 15 vereadores eleitos eram, na maioria, formada por médicos, advogados, engenheiros, comerciantes, fazendeiros e bancários. O Prefeito adotou todas as ideias dos orbianos, acrescidas das dele próprias e fez uma administração progressista, o que possibilitou que Montes Claros obtivesse um grande desenvolvimento daquela época para frente. Pelo senso de 2010, Montes Claros tem uma população de 361.971 habitantes, sendo que a população rural ficou diminuta, não chegando a 30.000 habitantes. Montes Claros tornou-se num polo importante, na política, na educação, com diversas Faculdades e Universidades, na indústria, no comércio, na prestação de serviço, na assistência à saúde e o Orbis Clube teve participação neste impulso. Atendendo ao chamamento e ao incentivo dos companheiros e amigos, fui candidato a vereador pela ARENA-2. Fiquei na primeira suplência e exerci o cargo por 4 meses no final de 1968. Naquela época vereador não tinha vencimento e nem qualquer outro benefício. Houve uma proposição de um vereador para que a Câmara de Vereadores de Montes Claros enviasse uma moção ao Presidente da República e ao Ministro da Justiça, pedindo que se instituísse uma remuneração para os Vereadores. Na hora da decisão, cada Vereador votava de acordo com seu pensamento e alguns justificaram sua posição. No encaminhamento do meu voto, aleguei que eu achava que o Vereador não devia ganhar nada para exercer esta função pública e que eu já vinha trabalhando pela comunidade como voluntário sem remuneração. Além disto, aleguei que em 1966 nós, candidatos a vereador, informamos aos eleitores que queríamos ser vereadores para trabalhar em benefício da comunidade sem nenhuma pretensão pessoal, portanto, o meu voto foi contra aquela proposição. Foi o único voto contrário à proposição. Portanto, eu fui minoria absoluta e foi o voto que mais me honrou. Tive orgulho daquele único voto, porque até hoje penso que a vereança deve ser exercida gratuitamente, por pessoas de espírito público, sem interesse pessoal, como eram todos os candidatos de 1966. *Avay Miranda é fundador do Orbis Clube de Montes Claros, Magistrado aposentado, Advogado, integrante do Orbis Clube de Brasília.
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