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Mensagem: A justiça social Manoel Hygino dos Santos -Hoje em Dia Vou lendo os jornais. O Índice Global da Paz, divulgado pelo Instituto de Economia e Paz na segunda quinzena de maio, revela o Brasil na 74ª posição entre 153 países, entre os mais pacíficos do mundo. Está, pois, nove posições acima em relação ao ano de 2010. Mesmo assim, nosso país está anda atrás do Egito, Nicarágua, Marrocos e Tunísia, que recentemente registraram revoltas populares, acompanhadas, sobretudo, pelas imagens da televisão. Vê-se que não há muito do que se ufanar, embora sem guerras e rebeliões sangrentas. Entre as nações latinas, o Brasil se acha em nono lugar, enquanto o Uruguai, durante décadas considerado a Suíça das Américas, se encontra em primeiro lugar como o mais tranquilo da região, pelo segundo ano consecutivo. Há de ressaltar-se que o mundo se encontra menos pacífico pelo terceiro ano consecutivo e o recrudescimento da violência causou um impacto de mais de 8,12 trilhões de dólares na economia mundial no ano que passou. Seria por causa dessa situação vivenciada pelo Brasil que a cultura do empreendedorismo está abaixo da média mundial, segundo pesquisa realizada em 24 países? Porque, em verdade vos digo, que a tranquilidade não habita este país abençoado por Deus, como deveria. As cidades brasileiras e os campos se acham em ansiosa expectativa. Não se pode dizer que há felicidade num país em que existe miséria, em que os empresários dos mais variados crimes, inclusive da droga, encontram-se soltos e agindo sob as vistas das autoridades, impotentes para enfrentá-los, até pela avalanche das leis, interpretadas frequentemente pelos seus aplicadores no interesse dos que as infringem. Agendou-se para junho o lançamento do programa ´Brasil sem Miséria´ pela presidente da República. Admite-se que há 16,2 milhões de pessoas que vivem abaixo da linha da pobreza. Isto é, não vivem exatamente. São homens e mulheres não identificados sequer pelo Bolsa Família, com o qual se pretendeu amenizar a tortura de viver quase sem condições de sobrevivência, embora a afirmação seja algo polêmica. Esses miseráveis não têm acesso a serviços básicos como água, esgoto, saúde, educação, emprego e habitação. Por mais que se queira impressionar o eleitorado, por maior que seja a evolução da renda nacional, por mais que se exalte a transposição de faixas de brasileiros para um patamar econômico mais alto, a verdade verdadeira é que temos de muito fazer para que a justiça social não seja apenas mais uma expressão útil na televisão, nos discursos parlamentares ou nos rareantes comícios. Não custa verificar que, no momento em que se pensa institucionalizar uma campanha contra a miséria, a maior cidade do Brasil é apontada pela revista ´Forbes´ como a de maior concentração de bilionários do país situando-se em sexto lugar no mundo. Esses 21 cidadãos do topo da pirâmide econômica possuem patrimônio estimado em US$ 85 bilhões, residem em São Paulo, que está à frente de Los Angeles, a oitava. Dá o que pensar.
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