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montesclaros.com - Ano 25 - quarta-feira, 20 de novembro de 2024
 

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Mensagem: Em relação à mensagem nº 67984 do conceituado jornalista Waldyr Senna, chamo a atenção para o fato de que o uso de rochas em vez de asfalto na pavimentação vai de qualquer forma comprometer a taxa de infiltração de água no solo. Somente o solo com boa cobertura de vegetação vai preservar as características físicas e permitir boa infiltração de água. É importante lembrar que, em área como a da serra do Mel, a água só deve sair do solo de duas formas: pelo lençol freático ou pela evapotranspiração. Convém destacar que, toda a área impermeabilizada com telhados, passeios, vias de acesso etc, vai proporcionar um excedente de água precipitada que, ao invés de infiltrar e se movimentar lentamente dentro do solo ao longo do ano, alimentando as plantas e mantendo estável o nível de água dos rios, será movimentada por deflúvio superficial, aumentando ainda mais o nível de água da rede de drenagem natural no período chuvoso, que já oferece risco a população das partes baixas. Mesmo que esse excedente de umidade seja armazenado em cisternas no alto da serra, vai acontecer outro problema que é a alteração do ciclo hidrológico da serra. A vegetação do entorno ficará extremamente prejudicada uma vez que não haverá mais alimentação de água, considerando que parte da área de infiltração do platô (e diga-se a mais importante área de captação de água) será impermeabilizada. Neste caso, as espécies sofrerão déficit hídrico mais cedo e secarão mais rápido afetando a fauna e provocando maior número de focos de incêndios, trazendo ainda mais problemas para a população. Além disso, um empreendimento deste tipo sempre vai trazer outros, uma vez que se sentirão no mesmo direito. Abrir a oportunidade para ocupação da serra dessa forma é, a meu ver, um grande equívoco, considerando os graves problemas de drenagem pelos quais a cidade passa. Como bem disse o muralista Ucho Ribeiro, o ICA/UFMG, com seus cursos de Engenharia Agrícola e Ambiental e de Engenharia Florestal, poderiam muito bem participar desse debate. Regynaldo Arruda Sampaio Prof. de Solos - ICA/UFMG

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