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Mensagem: Construindo o sertão Manoel Hygino dos Santos No número de março da revista ´Magiscultura´, excelente coleção de artigos e ensaios, assinados por expressões de nossa cultura jurídica, e também de nossa inteligência, além do convidado especial Eduardo Almeida Reis sobre Abgar Renault, uma figura solar. Mas vou registrar a participação do magistrado, aposentado (até certo ponto) Luiz Carlos Biasutti sobre Antônio Lopo Montalvão. Ora, perguntareis: De quem se trata? É o nome de um desses brasileiros, com ascendência portuguesa, que - enfrentando toda sorte de obstáculos - decidiu construir um lugar para viver e lhe promover o progresso. Aconteceu na primeira metade do século 20, porque Montalvão nasceu no dia de Santo Antônio, 13 de junho, de 1917, numa fazenda do município de Manga. Construir é difícil, mais talvez do que navegar. Montalvão enfrentou inimigos, trocou tiros, na época das obras de Goiânia, em que trabalhou após sair do Estado natal. Na capital em erguimento de Goiás, deu-lhe o vezo e adquiriu a determinação de fazer algo semelhante na sua região. Voltou para o Velho Chico, mas enfrentou a obstinação dos jagunços da família Ludovico, de Goiás, a qual pertencera a vítima da briga. Os vingadores tentavam assassiná-lo, teve de fugir para a Argentina, onde aprendeu, trabalhando numa livraria, espanhol e inglês. Mais uma vez de regresso, acendeu-lhe a ideia de oferecer a seus conterrâneos, gente humilde do sertão, efetivas condições para desenvolver-se e à região. Contratou em Poções, município de Manga, um professor, a suas expensas, para ensinar a crianças e adolescentes. Tinha a certeza de que o cidadão começa a forjar-se na escola. A política atraiu Montalvão em Manga, por considerar que seria um instrumento para concretização de seus sonhos e projetos para a região natal. Perdeu eleições em 1954, ganhou apertado no pleito seguinte, quatro anos depois. Passou a administrar um grande pedaço de Minas, compreendendo hoje Jaíba, Matias Cardoso, Miravânia, São João das Missões, Montalvânia, Juvenília e a própria Manga. É uma longa história, que envolve encarniçada luta e ambições. Mas em 22 de abril de 1952, Mon-talvão lançou a pedra fundamental da cidade que construiria para os sertanejos, quando não havia estrada, energia elétrica, telefone nem sonhar. Dez anos após, conseguiu ver aprovada a emancipação da ´Cidade de Montalvânia´, como dizia com orgulho. Ele próprio desenhou em papel de embrulho, como lembra Biasutti, as praças e ruas da cidade, com avenidas largas e o local da igreja. Nos anos 50, conheceu Antônio Lopo Montalvão defendendo suas ideias. Os logradouros públicos da sua cidade exibem nomes de filósofos, cientistas, religiosos, músicos, poetas e políticos. Em 1992, 30 anos após a emancipação da cidade, partiu, mas ainda esperava fazer mais por seu povo.
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