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Mensagem: É tempo de Catopês em Montes Claros. Ao longe, o surdo dos tambores avisa que eles se aproximam, que entrarão na cidade na quarta-feira à noite, virão na quinta pela manhã, na sexta pela manhã, no sábado pela manhã. E se despedirão, adeus!, até para o ano, na tarde de domingo. É uma festa bicentenária - há tempos cercada por um festival que não faz Catopês, Marujos e Caboclinhos exatamente felizes, pois que desvia o foco da tradição. Tradição que nasceu muito longe, nas cortes portuguesas. É tempo incomum na vida da cidade, capaz de trazer transtornos ao tráfego, de incomodar aqueles que não têm intimidade com a história, e com as manifestações mais belas. É o ponto altíssimo da celebração gentia e, se não for perseguido, e se for estimulado, tende a desembarcar no futuro próximo, como já o é, como uma quadra de gala, de esplendor e de saudades, lembranças e emoções. Dias de reouvir o canto ancestral, que irrompe a cada agosto e, vem vigoroso, africanamente chamado banzo. Portanto, se a impaciência nas ruas sugerir comentário menos feliz, recomenda-se dizer aos olhos que a corte bizarra que desfila com os fortes tambores emerge de tempos recuados, para celebrar a linha mais forte de um povo - a de sua cultura. Se o tempo, que sabe o valor das coisas, se enfeita adrede para a ocasião - sol a pino, calor nos 30 graus, e ventos de 15 quilômetros, suficientes para agitar as bandeirolas que pelas ruas chamam os velhos catopês, se os ventos lhes obedecem e nas serras o Ipê fica d`oiro, chamando por eles, quem nos tirará os Catopês e sua tropelia? Eles virão, e serão muitos.
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