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Mensagem: A democracia desse espaço é surpreendente, já que dá condições a opiniões diversas, de várias correntes, ou de cidadãos que enxergam as questões de direitos e deveres de formas antagônicas. Mas pecam aqueles que insistem em acreditar que os direitos podem ser apenas para alguns em detrimento de outros. Apesar dos maus exemplos que assolam por aí na nossa política, as leis ainda existem para serem cumpridas. O fato de Montes Claros ser um centro universitário, o que gera uma concentração significativa de população jovem, não implica na penalização do restante da população, quando se trata das questões relativas aos eventos e a sua consequente poluição sonora. É sim uma praga urbana, não só de Montes Claros, mas no país inteiro. A ´cultura´ do barulho assola a sociedade e a omissão ou despreparo das autoridades amplifica literalmente o problema. O que isso tem gerado é um sentido cada vez maior de impunidade. É ridículo pensar que grande parte da população que não concorda com esse descontrole, é que tem apoio na legislação em vigor, seja ela municipal, estadual ou federal, deve se sujeitar ao abuso puro e simples. Som alto é sinal de falta de educação, ou falta de amor próprio, já que altos índices de decibéis tem criado uma geração de surdos, pois a perda auditiva parcial ou total é significativa e comprovada por estudos, principalmente entre os profissionais que trabalham com eventos. Não há desculpe técnica para eventos com sons explosivos que podem ser ouvidos há quilômetros de distância. Qualidade de som é o que basta para o bom evento, seja ele de uma orquestra sinfônica ou de um show de metaleiros. A moderna engenharia acústica já tem soluções para esse controle, além do mercado ter à disposição tecnologia moderna e que atende a todas as necessidades. Quem paga para ir a um show, se sujeita por livre arbítrio, a sentir o ´pancadão´ de frente ao sistema de som, pois cada um deve assumir os danos a que se submete. Porém, o cidadão em sua casa ou em área pública fora dos espaços de eventos tem todo o direito ao chamado conforto acústico. Isso é determinado pelo nível de decibéis permitidos por lei de acordo com os períodos do dia ou da noite. A máxima do controle ambiental, seja qual for o impacto (barulho, poluição do ar e outros), é de que, o responsável deve manter o controle, através da redução do volume ou de sistemas de isolamento acústico. Apesar do empenho no combate à poluição sonora, divulgado pela Secretaria de Meio Ambiente e Polícia Militar, há um claro descontrole e desrespeito pelas leis. O que é claro e notório, é a falta de rigor dentro do que a lei possibilita, principalmente em relação à poluição provocada pelos espaços de eventos (muitos clandestinos), e as famigeradas ´usinas de som´ - carros equipados com poderosos equipamentos e que desfilam, a grande maioria, ainda impunes pela cidade e até na outrora tranquila zona rural. A legislação dá amplo amparo à Polícia Militar de Trânsito ou a MCtrans, órgãos de fiscalização, para a autuação dos veículos, incluindo multa com perda de pontos na carteira, apreensão do veículo ou equipamentos. Um bom exemplo, quer dizer, mau exemplo dessa situação, é o já batido e tradicional “triângulo da impunidade”, localizado na Avenida Esteves Rodrigues, próximo ao velório da Santa Casa de Misericórdia. O apelido dado pela vizinhança incomodada parece que realmente corresponde à verdade, principalmente durante as madrugadas no estacionamento de um posto de combustível localizado na avenida. Virou realmente ponto do barulho. A moçada se reúne voltando das festas, alguns já bastante “altos” e em completa algazarra junto com os sons turbinados dos veículos, cada um tentando ser “melhor” que o outro na quantidade de barulho. É preciso que sejam tomadas medidas concretas, que possam ser exemplares para todos os envolvidos. Nesse caso e em dezenas de outros, o que está em jogo é o respeito e a credibilidade do sistema legal, com suas leis, gestores e autoridades constituídas.
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