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Mensagem: BAR DO ZIMBOLÃO, RUY Pinto – Reminiscências... Nesses primeiros dias do mês de agosto,estávamos, animadamente, eu meu Pai, Ruy Pinto, Victor Fraga, Valim, a espera de João Galo, que não apareceu, sentados embaixo da parreira de uvas, na casa de Graça de tia Elvira da Silveira, para jantarmos um delicioso badejo. Já era de noitinha, e aquele friozinho mais que acolhedor era o tom para saborear o delicioso vinho chileno que victor adora, sentir o bouquet e agradecer aos deuses das noites de agosto a graça do momento. Ruy Pinto, sempre muito falante, iniciou as conversas que eram ouvidas por todos, e durante as conversas muitas interpelações, e a depender de onde eram tocadas nas lembranças dos interlocutores outros casos eram trazidos ao espelho da memória com entusiamo e realismo, casos hilários alguns até impublicáveis, segundo eles mesmos, passados no saudoso Bar do Zimbolão, o Zim, tão querido e admirado por Ruy Pinto. Á medida em que petiscávamos, surgia uma nova história que sorvíamos e devolvíamos em contínuas gargalhadas, nem os próprios protagonistas do momento se isentavam, depois de discordarem entre si, acordarem novamente, os casos eram sempre amarrados no final,e consensuados. Segundo meu pai, um dia dois amigos, no bar de Zimbolão, o popular Telé prates e José Paraíso, estavam numa prosa e tomando umas branquinhas, e em num determinado momento, Telé virou para o companheiro e disse: Ô José será que Maria Madalena é a mãe de Jesus mesmo? No que José Paraíso respondeu: Ô Telé, deixa a vida dos outros prá lá, nós não temos nada com com a vida dos outros...Um outro caso foi com Leonel Beirão, que volta e meia andava com uma garrucha sem nenhuma bala, era fanático defensor do PSD, naquele em tempo Montes Claros, capitaneado pelos políticos Geraldo Athayde, Alpheu Quadros, Domingos Lopes, Deba, dentre outros e o PR, do qual pertenciam Simeão Ribeiro, Pedro Santana, Mário Ribeiro e outros nomes com grande expressão. Numa dessas discussões acaloradas, a polícia prendeu Leonel por ter sabido que o mesmo estava armado, desssa forma conduziram-no para a delegacia, os policiais há tempos andavam na cola de Leonel, e quando tiveram conhecimento de que ele estava armado não exitaram. Pois então, durante o trajeto até a delegacia, Leonel, espertamente, pediu aos policiais que por favor não passassem na porta do Dr. Alpheu Quadros, que seria a maior humilhação que ele viveria na sua vida, os policiais então com o intuito de contrariá-lo ainda mais, assim o fizeram passaram pela porta de Dr. Alpheu Quadros, que era protetor de Leonel, que no primeiro momento que pode se desfez do cerco policial e se escondeu em sua casa...não foi dessa vez! Victor Fraga por sua vez disse que em uma ocasião encheram a bola de um sujeito para que se candidatasse a algum cargo político, e o cara se empolgou bastante, embora sem chances de ser eleito, chegou para Ruy Pinto e perguntou o que ele achava da candidatura, no que Ruy prontamente respondeu; Claro, tem chance, mas tenha cuidado eu sou falso! E as estórias (histórias) iam sendo contadas, como se o frescor dessa noite de agosto as viessem conduzindo das almas dos queridos participantes. O olhar de Ruy passeava pelo quarteirão do povo, precisamente pelo bar do Zim, como se segurasse com as mãos aquelas emoções vividas no passado e tão fortes no presente. Ruy continuava sua trajetória narrativa dizendo que no bar de ZIM, várias negociações políticas tinham sido feitas, muitas decisões políticas se tomaram, após acalorados debates e polêmicas com políticos, jornalistas, e brilhantes pessoas que por lá passavam;Assim como muitos “furos” políticos ocorreram no bar do Zim. É, do alto dos seus 79 anos, Ruy levanta o olhar, como quem vislumbra a estrada e diz:Quando o Zim fechou o bar, eu levei a banda do batalhão para tocar e emocionado pensei: aqui, eu conquistei o exercício subjetivo de cidadania, e quando tudo acabou, segui para casa com a certeza de que enquanto viver passearei pelo quarteirão do povo e ouvirei na poeira da memória os debates acalorados de tantas vozes, que o tempo não calará, nem tampouco o vento levará o cheiro profundo do fígado acebolado, desses que agente só sente quando é de nossa casa ainda que da alma.
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