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Mensagem: Pentáurea João Carlos Sobreira Certo dia, no início dos preparativos para as festividades do Centenário de Montes Claros, minha mãe me disse que estava no Mercado Municipal e se encontrou com Dr. Hermes de Paula. Com o entusiasmo de sempre, ele contou que descobrira uma extensa área, exatamente na metade do caminho entre Montes Claros e Bocaiúva, ideal para construir um clube campestre. Sua idéia era vender cotas para pessoas influentes das duas cidades, com o intuito principal de acabar com a rivalidade existente entre as duas comunas, há muitos anos. Ao adquirir uma cota, o associado receberia um lote pequeno, para construir nele uma “cabana” com tamanho suficiente para sua família passar o fim de semana, gozando as delícias de um clima frio, suficientemente ameno, contrastando com o sufocante calor existente nas duas cidades, noventa por cento do tempo no período de um ano. Seria construída uma ótima sede social com amplo restaurante, piscinas, quadras esportivas e um campo de futebol. Ele entendia que deveria ser aproveitada a coincidência de o centenário ser na mesma data em que a cidade completaria duzentos e cinqüenta anos de fundação, ou seja, o correspondente a cinco bodas de ouro. Partindo desse raciocínio, Dr. Hermes inventou o nome penta (5)+aurea(ouro) que, imediatamente, caiu no gosto popular, hoje fazendo parte do linguajar da região. A mente dinâmica de Dr. Hermes vislumbrava que o afluxo de autoridades presentes nas comemorações do centenário traria a cordialidade e em conseqüência, a paz que, certamente, seria concretizada e ratificada nas instalações do novo clube, comum às duas cidades. Ele estava certo. Desde as primeiras festas ali realizadas, montesclarenses e bocaiuvenses sempre se confraternizaram sincera e civilizadamente. A sugestão de cada associado fazer uma construção no seu lote não vingou, fato que beneficiaria, no futuro, a limpeza de grandes áreas para estacionamentos, necessários à acomodação dos inúmeros veículos, nas famosas e tradicionais festas de São Pedro. Festas que, a pedido dos filhos, nos faziam encher a bagagem do carro com vinhos, refrigerantes e salgadinhos à guisa de “matula”, fazendo várias viagens ao estacionamento e tiritando de frio no rigoroso “inverno pentaureano” do fim de junho, apreciando e se aquecendo na fogueira cada ano mais alta. No princípio, o acesso era um pouco desconfortável: a nova BR-135 estava só encascalhada e a descida para o clube era tortuosa e de pouca largura, trazendo muitos transtornos para a volta, dada a quantidade de lama, especialmente no período chuvoso. O engenheiro do DER, o conterrâneo Newton Velloso, deu sua valiosa contribuição ao clube, ao fazer o atual traçado do acesso, colocando o equipamento de terraplanagem, sob sua orientação, na construção da nova estrada, tendo aproveitado a ocasião e a sobra de a terraplenagem para construir a atual barragem. Esta foi feita no sentido de utilizar o minúsculo córrego existente, acumulando seu líquido para formar o espelho d`água que tanto embeleza o nosso Pentáurea. Recém formado, tive o privilégio de acompanhar todos os passos de Dr. Newton (era assim que o chamávamos) em toda essa empreitada. Gostaria de fazer justiça neste momento, deixando, para os anais do clube, registrada a sua contribuição à inegável melhoria do patrimônio. Algum tempo depois, em conversa com Carlos Alberto Salgado, na época Engenheiro Chefe do DER, em Montes Claros, tomei conhecimento da existência de um enorme estoque de diversas mudas de árvores no horto florestal da empresa, nas proximidades da cidade. Perguntei se havia possibilidade da doação de algumas mudas ao Pentáurea, recebi a resposta positiva que levaria ao clube quinhentas mudas para serem plantadas lá. No meio da semana seguinte, estávamos lá, Dr. Hermes, alguns diretores e inclusive Carlos Alberto junto comigo, esperando a chegada das mudas, quando divisamos o caminhão do DER naquela curva, descendo a estrada, trazendo para o clube a maravilha verde tão desejada. Nesse dia, aconteceu uma história muito engraçada. Na hora que chegamos à sede social, o funcionário que tomava conta do clube durante o meio da semana (já que nesse período a freqüência era quase nula), estava cavando um rego que saia da lagoa em direção ao clube. Dr. Hermes, vendo aquilo, foi logo perguntando: -“O quê você está fazendo aí, rapaz?” –“Um rego prá levar água inté a porta da conzinha, dotô”, respondeu ele. –“Você não sabe que a água não sobe morro?” disse Dr. Hermes, pacientemente. -”É, dotô, mais eu vou subindo devagarzinho, que ela num vai disconfiar. Quando assustar, já estará lá em cima.”
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