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montesclaros.com - Ano 25 - domingo, 17 de novembro de 2024
 

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Mensagem: ENSINO SUPERIOR EM JANAÚBA JOSÉ PRATES Quando ouço ou leio alguma coisa sobre Janaúba, hoje cidade de certa importância no norte mineiro, vem-me à lembrança a minha adolescência quando na Comissão de Construção da Estrada de Ferro Montes Claros a Monte Azul, exercia, pela primeira vez, uma função pública como Radiotelegrafista, classificado, porém, como “operário de obras”. Ano de 1943, a guerra alastrava-se na Europa e o Brasil preparava uma força expedicionária para enviar ao teatro de operações. Apresentei-me como voluntário, mas, fui recusado: não tinha idade nem físico. Nessa época, Janaúba nascia na esplanada da Estação, querendo expandir-se e eu nascia para a vida independente, no exercício de meu primeiro emprego. Eu acho que por isso, Janaúba ficou-me na alma e tudo que lhe diz respeito passou a interessar-me, como agora, a vinda da Universidade Federal. Fatos como este fazem-me voltar a sessenta e três anos passados, 22 de dezembro de 1948, quando reunidos no salão do clube social, na pequena Praça da Igreja, hoje Praça Dr. Rochert, os políticos locais Antonino Catulé, Dr. Maurício Azevedo, Pericles de Oliveira e os comerciantes Marcolino Evangelista, Moisés Bento Lacerda, Veraldino Conrado da Silva e os Deputados José Esteves Rodrigues, Federal e Antonio Pimenta, Estadual, comigo, um jovem de 22 anos, secretariando e com a presença do Administrador provisório, nomeado pelo Governo Estadual, formava-se a comissão de instalação do município de Janaúba, desmembrado de Francisco Sá. No dia seguinte, instalava-se a primeira escolinha municipal sob a direção de Dona Lourdinha, esposa do Sr. Veraldino. Naqueles momentos, ninguém, sequer sonhava com a chegada de uma Universidade Federal que agora no comove, fazendo-nos lembrar todo aquele passado, A chegada da Estrada de Ferro fez nascer o povoado de Janaúba, em 1943. Mas o seu desenvolvimento rápido, crescente, está ligado à capacidade empreendedora de seus primeiros habitantes como Antonino Catulé, Américo Soares de Oliveira, Jacinto Mendes, Santos Mendes, Mozart Mendes Martins que vieram com o propósito de trabalhar o desenvolvimento economico daquelas terras, no que foram auxiliados pela localização geográfica do lugar, acrescida pelas vantagens de “ponta de trilhos” que ali ficaria por algum tempo, prometia segurança nos investimentos que fossem feitos. Isto contribuíu para a formação do povoado e seu rápido desenvolvimento. A chegada, em 1945 de Moisés Bento Lacerda, e Marcolino, instalando ali suas atividades comerciais, atraiu outros comerciantes como Veraldino Conrado da Silva sócio da firma Fraga & Silva, Ltda, abrindo um escritório para compra e exportação no atacado de algodão e milho e, logo depois, chegava “seu” Virgilio abrindo firma dedicada, também, ao atacado de algodão. Fraga & Silva, representava, também, os Bancos estabelecidos em Montes Claros facilitando aos comerciantes locais o pagamento de duplicatas. Com a emancipação do distrito e conseqüente criação e instalação do município, em pouco viriam as eleições para a Prefeitura e Camara de Vereadores, o que fez comerciantes e fazendeiros unirem-se em torno de seus “lideres” que, na ocasião, eram Antonino Catulé de um lado e Dr. Mauricio Azevedo do outro. Antonino Catulé, apoiado por fazendeiros da região, criou e instalou o Diretorio Municipal do Partido Social Democrático - PSD, enquanto o dr. Mauricio de Azevedo apoiado por alguns comerciantes, instalava o Diretorio da União Democratica Nacional – UDN.. Não era a política do ódio pessoal nem do interesse próprio que estava nascendo ali, mas, a política do desenvolvimento econômico e social de uma cidade que começava a surgir no sertão mineiro, longe dos olhos do governo, que estavam sempre voltados para o sul e sudeste do Estado; Logo, logo, feriu-se o pleito eleitoral com dois candidatos à Prefeitura: Pelo PSD Péricles de Oliveira; pela UDN, Mauricio Azevedo. Apurada a votação, constatou-se a eleição do Dr. Mauricio de Azevedo, primeiro Prefeito Municipal do município recém-criado. Ao Janaúbense de hoje, pra não dizer gorutubano, podemos afirmar que Janauba nasceu do empenho e dedicação dos seus primeiros habitantes que a ela se Integraram com vontade de crescer, como, de fato, cresceram juntos com a cidade. Todos, sem exceção, sentiam-se filhos da cidade e supunham-se gorutubanos. Até hoje, tantos anos depois, os que se encontram com vida, como eu, emocionam-se com o que acontece ali, como, agora, a chegada da Universidade Federal. É como se estivessem assistindo o progresso de um filho. A sensação é a mesma porque estiveram presentes em todos os atos de sua criação contribuíram para seu desenvolvimento. Para quem vive em Janaúba a ela acostumado, a vinda da Universidade pode ser normal, coisa esperada. Para quem vive distante, longe dos contados, mas com a cidade na alma, é uma novidade que lhes orgulha e lhes traz alegria. Todos nós devemos reconhecer o empenho do gorutubano no progresso da cidade que, pelo trabalho desenvolvido, chega à posição de segunda mais importante do Norte de Minas, superada, apenas, por Montes Claros. Isto, naturalmente, todos nós, fundadores de Janaúba, esperávamos, levando em conta a privilegiada localização geográfica, o pioneirismo e a capacidade empreendedora de seus filhos, frutos de tantas gerações gerações. Ao longo desses anos, não cessou o trabalho desses filhos, todos eles voltados para o progresso da terra. Esse trabalho constante foi a grande alavanca que levou Janaúba à posição privilegiada em que se encontra hoje, o que nos alegra e nos orgulha. (José Prates, 84 anos, é jornalista e Oficial da Marinha Mercante. Como tal percorreu os cinco continentes em 20 anos embarcado. Residiu em Montes Claros, de 1945 a 1958, quando foi removido para o Rio de Janeiro, onde reside com a familia. É funcionário ativo da Vale do Rio Doce, estando atualmente cedido ao Sindicato dos Oficiais da Marinha Mercante, onde é um dos diretores)

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