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montesclaros.com - Ano 25 - domingo, 17 de novembro de 2024
 

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Mensagem: O BARULHO QUE PERTURBA JOSÉ PRATES O silêncio dos habitantes de Montes Claros, sobre o barulho provocado por carros de som que lhes incomoda nas noites quentes daquela cidade, demorou pouco. As reclamações voltaram agora com insistência porque a barulheira começou de novo, vinda de postos de gasolina que, segundo dizem, se transformaram em ponto de encontro dos carros de som promotores do barulho infernal. Não sei bem o que, de fato, acontece porque me baseio nas reclamações publicadas no mural, que me dão uma noção do problema, segundo a visão dos reclamantes que sentem os seus efeitos. Não querendo ficar baseado, apenas, nos reclamantes muralistas, enviei e-mails para uma amiga e um amigo perguntando sobre o problema. A amiga respondeu-me, simplesmente, que “não é da noite, mas, do dia” o que significa dizer que a barulheira se processa à noite, nas boates e carros de som. O amigo respondeu-me que, “de fato existe verdadeira fabrica de barulho além do permitido, instalada nas boates localizadas na chamada zona de impunidade, atrás da casa de saúde, sem que ninguém tome providências para fazer respeitar o sossego dos outros, inclusive dos doentes internados”. Pode-se, então, deduzir que esse crime contra o meio ambiente é praticado em locais pré-estabelecidos, atingindo as residências circundantes, impedindo o descanso do trabalhador ali residente.e, o mais grave, a comodidade do enfermo na casa de saúde.. Não faz muito tempo, foi em setembro passado que a Polícia Militar publicava nota dando conta da ação comandada pelo Sargento Cesar, contra os poluidores do meio ambiente, levada a efeito pela Patrulha de Prevenção à Poluição Sonora da 11ª. Cia da PM, Munida de medidor de decibéis, a Patrulha verificou o som acima do permitido em lei, autuou o responsável, efetuando sua prisão em flagrante e apreendeu o veículo que estava sendo empregado na barulheira que além de poluir o meio ambiente, também, perturbava o habitante, interrompendo seu sossego no lar. Essa ação policial foi saudada com entusiasmo pelo habitante prejudicado e, por algum tempo, notou-se que cessou o barulho vindo das boates e carros de som. Na ocasião, imaginamos que a ação policial, então iniciada com disposição e sucesso, não viesse morrer ali. Pensávamos que o apoio popular às medidas repressoras, manifesto nas reclamações publicadas diariamente neste mural, viesse incentivar ações repressoras de maneira continua. Aconteceu porem, o que não imaginávamos: não demorou nem dois meses, as reclamações voltaram com insistência, porque, também, com insistência voltou o barulho a incomodar. Infelizmente, isto nos afirma que não existe um interesse forte na repressão, o que permite a ação dos transgressores com total alheamento ao direito de quem quer que seja, mostrando claramente que ignoram a polícia no seu papel de repressora. Por outro lado, a impressão que nos chega é de que não houve, como supúnhamos, uma ação popular, principalmente, dos “amigos do bairro”, sindicatos, Ministério Público e outras associações populares, como acontece em São Paulo, Rio de Janeiro e outras grandes cidades, pressionando as autoridades para uma ação repressora ao abuso dos fabriocantes de barulho. Ninguém imagina nem supõe que exista um alheamento das autoridades policiais, municipais e do Ministério Pùblico, porque é inadmissível. O que deve existir é o destemor dos contraventores, calejados na agressão ao meio ambiente, que os leva a ignorar as autoridades e sua ação. Nesse caso, é necessário rigor nas ações, sem ferir a lei, é claro, e com respeito ao cidadão. (José Prates, 84 anos, é jornalista e Oficial da Marinha Mercante. Como tal percorreu os cinco continentes em 20 anos embarcado. Residiu em Montes Claros, de 1945 a 1958, quando foi removido para o Rio de Janeiro, onde reside com a familia. É funcionário ativo da Vale do Rio Doce, estando atualmente cedido ao Sindicato dos Oficiais da Marinha Mercante, onde é um dos diretores)

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