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montesclaros.com - Ano 25 - domingo, 17 de novembro de 2024
 

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Mensagem: Tião Martins (Jornal Hoje em Dia) Um caso de paixão O empresário Lúcio Bemquerer, que presidiu a Associação Comercial de Minas entre 1991 e 1994, não esconde de ninguém que se considera um homem privilegiado. Não só pelo sucesso que alcançou na profissão e nos negócios. Não apenas pelo respeito que conquistou nos meios empresariais. Ou pelos bons amigos que fez, ao longo da vida. O empresário valoriza tudo que já viu, fez e ajudou a fazer, mas o maior de todos os privilégios, na opinião dele, foi haver nascido em Grão Mogol, no Norte de Minas. Esse cidadão que já rodou o mundo declara - sem tremor na voz ou temor da ironia alheia - que as três cidades mais belas do planeta são o Rio de Janeiro, Paris e Grão Mogol. Anunciada nesta ordem ou na ordem inversa, tanto faz, a confissão apaixonada vai encher de orgulho os naturais daquela terra. Como diz o jornalista Alberto Sena, em bela crônica que terá a gentileza de compartilhar com seus leitores, ´lá a vida passa devagar, vista de todo lugar. Seja da janela, seja da porta ou do fundo do quintal´. Alberto também informa ao distinto público que ´lá é assim: violência não há. Há amizade. Os vizinhos trocam oferendas. A campainha toca. Chega um com o prato de biscoito. Passa um pouco, outro vizinho chega com vasilha de mandioca cozida, junto com uma porção de carne de sol. E assim vai o dia inteiro. Uma beleza de cortesia´. A cidade tem hoje mais de sete mil habitantes. Quantos são ao certo é difícil dizer, pois os cálculos do IBGE não incluem a legião de sabiás e outros viventes alados. Os bandos de passarinhos que promovem assembleias e sinfonias diárias nas incontáveis mangueiras e em outras árvores seculares nunca se deram o trabalho de contar quantos são. Há lugar para todos. Em outros tempos, as filhas e os filhos das famílias Sá, Prates, Martins e Soares vieram de Grão Mogol para Teófilo Otoni, trazendo histórias daqueles caminhos abertos por escravos. Deixaram para trás uma fazenda mítica, cuja propriedade se perdeu no tempo e nos cartórios, mas que permanece na lembrança transmitida a netas e bisnetas, para todo o sempre. Pois saibam, meninas e meninos, que Lucio Bemquerer e Alberto Sena - apaixonados pela remota Grão-Mogol, tão antiga e agora tão remoçada - querem lhes contar incrível novidade. (Incrível é só modo de dizer, pois o presente já está em fase de construção e será inaugurado no dia 9 de dezembro). Teremos então, em Grão Mogol, o Presépio Natural Mãos de Deus, o maior do mundo a céu aberto. E Minas aposta que o jornalista vai recolher e registrar as histórias antigas do lugar. Não só dos Martins, Soares, Sá e Prates, mas de todos que passaram por esse território quase mágico. Ele terá tempo para ouvir Antônio de Pádua Bicalho e conversar com dona Nem (Maria Paulina Bemquerer). Tempo para investigar os segredos antigos, com Geraldo Ramos Froes. E para experimentar o vinho novo do padre Geraldo Magela, que se diz ´em estado de êxtase´ com o presépio. E, para felicidade geral, terá tempo para se tornar íntimo das pedras, a essência e a moldura da cidade. Podemos reivindicar, desde já, que Alberto Sena entregue aos mineiros um relato tão vivo e caloroso quanto o que escreveu sobre o jornalista Dídimo Paiva e foi publicado pelos editores José Eduardo Gonçalves e Silvia Rubião, da Conceito Comunicação. Até lá, Minas, que merece tudo de bom, fica devendo a Bemquerer esse novo encanto nascido e criado ao Norte, terra que é nossa paixão coletiva

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