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Mensagem: A grandeza do presépio Alberto Sena O que Lúcio Bemquerer fez em Grão-Mogol, ao revelar ao mundo o Presépio Natural Mãos de Deus, é um exemplo de “loucura lúcida”. Como sociólogo, economista, homem de negócios, ele, que durante 20 anos ficou longe de lá, enxergou no perímetro urbano da cidade, o que ali está havia milhões de anos à espera de alguém predestinado a revelar o que o mato cobria, lotes que ninguém neles tinha interesse. “Um amontoado de pedras sobre pedras em harmonioso desalinho”, como ele próprio define. O presépio já estava pronto. Mas precisava que alguém criasse a infraestrutura para tornar acessível o que “as mãos de Deus semearam”, prioritariamente às pessoas com necessidades especiais, os cadeirantes, daí a necessidade de construir rampas entre as pedras, sem retirar nenhuma. Grão Mogol está em festa. E toda essa alegria comunga com o momento natalino. A inauguração do presépio, em nove de dezembro de 2011, foi um acontecimento marcante tanto quanto a obra em si. Há oito meses, o assunto em Grão-Mogol é o presépio, mas no dia da inauguração, entre as serras ora azuladas ora esverdeadas que escondem e protegem a cidade; nos ares, nas paredes de pedras das casas, no interior da matriz de Santo Antônio feita de pedras, nas pedras do calçamento das ruas seculares, nas árvores, por todos os cantos se ouviam vozes. O encanto estava e permanece em todos os cantos e recantos. Em Grão-Mogol as pedras falam – e ouvem. Neste momento, desde a inauguração, as pedras falam para o mundo inteiro ouvir, que o Menino Jesus se mostra ali na lapa/manjedoura do Presépio Natural Mãos de Deus, obra perene, eterna enquanto durar a vida do planeta Terra. Porque eterna é a mensagem de conteúdo sempre novo, que de novo o Menino Jesus nos traz. Enquanto “um amontoado de pedras sobre pedras em harmonioso desalinho”, para se revelar ao mundo como presépio, havia a necessidade de alguém, homem ou mulher, retirar os véus. Coube a Lúcio Bemquerer fazer a revelação. A obra agora é da humanidade e já ganha repercussão na mídia internacional. A notícia do surgimento do presépio em Grão-Mogol soou feito o barulho do impacto de um meteoro descido sobre as águas paradas de um grande lago. Simplesmente porque o presépio, idealizado em 1223 por são Francisco de Assis, não morreu. Se alguém achar que o presépio morreu, não crê na ressurreição dos mortos, pois o presépio aí está e chama a atenção do mundo por ser o maior em sua categoria de “natural, perene e a céu aberto”. A não ser no setor administrativo, que funciona em área à parte, o presépio não tem porta para ser fechada. Está sempre aberto, de dia e à noite. Se de dia o presépio é bonito, à noite ele é lindo. Iluminado, as luzes são vistas ao longe. Da porta de muitas casas se podem enxergar a beleza do presépio e se ouvem os cânticos de corais e o suave som de músicas misturado ao bulício das águas que escorrem por enorme pedra, no ecumênico “Espaço de Meditação”. Por tudo o presépio chama atenção: por ser presépio; por ser grande e alto (30m2); por possuir personagens bíblicos do nascimento do Menino Jesus em tamanho natural; por dispor de uma “Sala de Preces”, onde os frequentadores podem acender velas; por possuir palco onde se podem apresentar corais e outras manifestações culturais; por ter dois mirantes, e por possuir um “Recanto de Pássaros”, onde ração apropriada será servida aos passarinhos. Quem no presépio trabalhou, desde o mais simples operário, alguns ex-presidiários, passando pelo mestre de obras, os fornecedores, o escultor criador dos personagens em cimento, todos se orgulham do fato de terem ajudado Bemquerer a transmudar aquilo que aparentemente quase nenhuma utilidade tinha, e que parecia “uma loucura” de alguém tão Lúcio, quero dizer, lúcido. A partir do presépio e do hotel três estrelas recém-inaugurados, sem dúvida, para a alegria da administração da cidade, Grão-Mogol, quase parada durante décadas no espaço e no tempo, experimentará surto de desenvolvimento. Mas, felizmente, por mais que a cidade cresça, nunca crescerá tanto quanto Montes Claros, cidade pólo cresceu, de maneira desordenada, ao ponto de se tornar uma metrópole, com os respectivos problemas. A topografia de Grão-Mogol não favorece a expansão, o que torna a cidade um lugar especial, com qualidade de vida só encontrada em poucos lugares do Brasil. Ou por que não dizer, do mundo? Grão-Mogol possui brilho e atmosfera próprios.
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