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Mensagem: Apesar de tudo Waldyr Senna Batista A implantação de shopping center no Interlagos deverá marcar a retomada da expansão da cidade no sentido nordeste. Nos tempos áureos da Sudene, com a implantação de grandes empresas naquela área, houve acentuada tendência nessa direção. Mas o fluxo perdeu força e não foi retomado nem mesmo com o aproveitamento inteligente da estrutura das antigas indústrias para o que se preconizava como cidade universitária. Neste sentido, a influência maior, como é natural, devido à sua maior importância, tem sido da Unimontes, situada em outro extremo. Nota-se, aliás, que ao Sul, com o advento do terminal rodoviário, ao Norte, com o Distrito Industrial, e a Oeste, devido à serra do Melo, ultimamente em evidência, não resta senão o Leste para o crescimento horizontal de Montes Claros. Há ampla avenida, o que cria melhores condições para acesso às BRs que levam ao Nordeste do País e a Belo Horizonte. O megainvestimento põe em destaque, também, a necessidade imperiosa de se proceder à interligação do anel rodoviário, parcialmente implantado ao Sul, com o que está projetado para o Norte. Este foi paralisado devido a problemas relacionados com o terreno da UFMG (antigo Colégio Agrícola). Mas essa dificuldade já foi sanada. O que falta mesmo são verbas federais, sem o que o projeto não sairá do papel. Uma das últimas iniciativas do deputado Humberto Souto, que não se reelegeu, segundo se tem divulgado, foi a inclusão de dotação no orçamento federal deste ano para a implantação do anel. O ano está terminando e o dinheiro não saiu, porque em Brasília as coisas só funcionam quando há cobrança insistente e influência constante junto às fontes de decisões. É pouco provável que, sem o deputado autor da emenda, haverá nova previsão de recursos para a construção do anel, sem o qual o estrangulamento do trânsito se agravará. Mas o problema mais sério, em se tratando de congestionamento do trânsito, a partir do funcionamento do novo shopping, está na alçada da Prefeitura. A ela cabe criar alternativas para o fluxo de veículos que demandará à central de compras. O projeto da empresa preverá estacionamento para centenas de veículos, mas se a cidade de ruas estreitas, sinuosas e esburacadas não tem como acolher os que atualmente nela trafegam, imagine-se o que virá no futuro. Ultimamente, a publicidade institucional do município tem destacado que revista de circulação nacional relacionou Montes Claros entre as cidades mais atrativas do País para investimentos da iniciativa privada. E aproveita o ensejo para atribuir, subliminarmente, o mérito disso à ação da prefeitura, o que não é propriamente verdadeiro. Essa sempre foi a vocação de Montes Claros, não importa a eficiência do setor público, seja o município, o Estado ou a União. A cidade sempre despontou como atrativo, com ou sem o setor público, e até mesmo apesar do setor público. Haja vista o que tem acontecido nos últimos tempos, em que não existe na cidade nenhum empreendimento do setor público e ela atravessa um dos períodos mais críticos de sua história, em que a administração comemora com placas até a instalação de postes de iluminação e vende ativos imobiliários para realizar obras. Essa fase negativa, que em grande parte se deve à inexistência de recursos públicos, não chega a comprometer o fluxo de investimentos na iniciativa privada, que sempre chega primeiro. O novo teste consiste na próxima chegada do shopping, no Interlagos, e da Alpargatas, no Distrito Industrial. Se não houver solução urgente para os gargalos do trânsito, a cidade vai parar em meio a imensos congestionamentos. (Waldyr Senna é o mais antigo e categorizado analista de política em Montes Claros. Durante décadas, assinou a ´Coluna do Secretário´, n ´O Jornal de M. Claros´, publicação antológica que editava na companhia de Oswaldo Antunes. É mestre reverenciado de uma geração de jornalistas mineiros, com vasto conhecimento de política e da história política contemporânea do Brasil)
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