Este espaço é para você aprimorar a notícia, completando-a.
Clique aqui para exibir os comentários
Os dados aqui preenchidos serão exibidos. Todos os campos são obrigatórios
Mensagem: TÁBUA DE PIRULITO Transcorria o ano de 1956, e o saudoso comerciante, o popular Zé Amorim, o mais notável e elegante da estirpe Amorim, resolveu fazer parte da turma de rapazes que aquela época usava possantes e grandes motos importadas. Da galera de então, Heber Rêgo e o próprio Zé, Carrim e Luiz Benhur, Sargento Moura do TG 87, José Maria Relojoeiro, Júlio e Waldim. Cavaleiros da terra de Figueira que usavam motos BSA, ROYAL, e JAWA, Zé como era caprichoso, desmontou a sua moto e mandou cromar as partes metálicas na oficina Niquelagem de João. Aproveitou e mandou dar acabamento nos puxadores e esquadrias das janelas da sua casa paterna. Terminada a empreitada e estando tudo nos trinques, encomendou ao Baiano Branco oxidar o seu Colt Cavalinho 38, ficando, assim, como rezava a moda masculina da época do Romantismo. Passado trinta dias e depois de seis idas e vindas à empresa niqueladora, o Baiano, entregue ao doce ofício de tomar todas as cachaças Viriatinhas que encontrasse, enrolava o Zé, dizendo: volta amanhã que estará pronta e não enche o saco! Numa tarde ensolarada de um dia de cão, Zé entrou na niquelagem pisando alto, suando as bicas, com o colarinho da camisa Volta ao Mundo ensopado e a jugular prestes a estourar e falou: volto amanhã às 16 horas seu gambá. Se o revólver não estiver pronto, você vai se ter comigo. Após a sentença saiu batendo os pés no assoalho. No dia e hora marcados, o Zé entrou e, batendo com a mão no balcão de encomendas disse: estou aqui caboclo! Cadê meu pau de fogo oxidado! Baiano Branco que naquele dia havia extrapolado nas doses de cachaça, já com o pandú cheio, respondeu: espera um pouco, seu apressadinho! Sem que o Zé o visse, levou as seis balas 38’ no torno, extraiu as cabeças com um alicate, diminuiu consideravelmente a pólvora da munição, apertou a entrada com uma fita, municiou a arma e, em seguida saindo ao salão falou, já apontando o trabuco carregado com balas de festim para o assustado Zé: toma aqui seu apressadinho desaforado! Disparou os seis tiros no apressado. O Zé caiu esticado no salão, e enquanto os presentes gritavam: Baiano matou o Zé Amorim! O Zé só conseguiu balbuciar: Minha boca está embolando o cuspe! O nosso herói quando viu que ainda não havia morrido, saiu às pressas em direção à sua casa, entrou correndo e à vista da mãe, abriu a camisa teatralmente arrancando os botões de madrepérola e exclamou novamente: me fizeram de tábua de pirulito mamãe, olhe só a bagaceira!
Trocar letrasDigite as letras que aparecem na imagem acima