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Mensagem: Centenário da santa alma Alberto Sena Belíssima agenda 2012 da Santa Casa de Montes Claros, intitulada “Centenário Irmã Beata”, em papel reciclado e em espiral, que a médica, jornalista e escritora Mara Narciso teve a gentileza de enviar. Na apresentação de cada mês, a agenda, ilustrada, traz versos de cordel que contam parte da vida e da trajetória da Irmã Beata, a holandesa mais montes-clarense que conheci, pessoalmente, no dia 15 de setembro de 1949. Apreciei a agenda com os olhos da alma, porque elaborada foi para homenagear a Irmã Beata, de quem sou amigo de data nem tão longa assim se considerarmos a relatividade do tempo. Digo sou amigo porque volta e meia bato papo com ela, até publicamente. Como leigo em matéria deste tipo de publicação, de antemão, peço desculpa aos responsáveis pela edição da agenda, pois não sei se não é usual ou se há alguma restrição quanto ao registro dos nomes dos autores das ilustrações e dos versos de cordel num material desta natureza. Mas acho que, para informação pessoal, seria bom ter lido os nomes de um e de outro na publicação, pois que se trata de algo para ser guardado como se guarda uma relíquia. E fiquei pensando também se não seria o caso de um registro na agenda, por meio de uma nota, sobre a importância da impressão em papel reciclado. Seria uma boa oportunidade de dar um recado positivo aos usuários, quanto à importância do uso de papel reciclado, tendo em vista a necessidade de preservar o meio ambiente. Poder-se-ia até chegar ao requinte de calcular o percentual economizado em matéria de celulose para se fazer uma agenda desta. Valorizaria ainda mais a homenagem e certamente estaria dentro do espírito voluntarioso da Irmã Beata. Preciso tornar isto claro: apreciei muito a agenda, e toda gente deve ter apreciado também, principalmente quem nasceu pelas mãos da Irmã Beata ou por ela tem alguma devoção. Mas não podia deixar de fazer as observações, na condição de comum usuário da agenda. Acredito piamente que a Irmã Beata tenha gostado da homenagem; ela, que tanto deu de si aos cidadãos de Montes Claros e à própria cidade, a qual amou como se nela tivesse nascido, ao ponto de ser confundida com a própria terra deste sertão, realmente longínquo quando aqui aportou ainda jovem. Mas à Irmã Beata precisamos render mais homenagens devido à importância que representou e representa para Montes Claros e para a própria Santa Casa, instituição por ela dirigida durante 40 anos. Penso que, mulher forte como era, e voluntariosa, se viva fosse, a esta altura talvez estivesse lutando politicamente para que a área de Saúde Pública seja vista com mais respeito e tenha os recursos necessários para financiar o melhor atendimento à população. Afinal, saúde diz respeito a todos, pobres, ricos, feios e bonitos. Talvez fosse o caso de a Santa Casa, por intermédio da Federação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos de Minas Gerais (Federassantas), promover um evento, congresso, seminário ou ciclo de palestras para, tomando emprestado a energia e a força da Irmã Beata, discutir a Emenda 29, cuja regulamentação foi aprovada pelo Senado e aguarda a sanção da presidente Dilma Rousseff. O projeto original previa o investimento em Saúde, por parte do governo federal, de 10% da arrecadação bruta corrente. Se isto não tivesse sido derrubado pela bancada governista no Senado, o Brasil poderia ter em breve espaço de tempo, um dos melhores atendimentos em matéria de Saúde Pública do mundo. Entretanto, do modo em que foi aprovado, o ônus maior continua com o município, obrigado a investir 15% da arrecadação em gastos com Saúde, e muitas das vezes levado até a dobrar. Isto só prova a crueldade dos governos federal e estadual. Sabe-se que é o prefeito municipal, por estar mais próximo do povão, que, por livre e espontânea pressão socorre os cidadãos doentes que batem à sua porta. Irmã Beata talvez gostasse de estimular uma discussão profunda em defesa da Saúde no Brasil, assim como posso dizer em seu nome: ela agradece a homenagem da Agenda 2012 – edição, ilustração e cordel – e agradece também a Mara Narciso, cujo material sobre Irmã Beata contribuiu para o poeta escrever em versos a história desta grande mulher; santa alma.
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