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Mensagem: ARTISTAS X IMPRENSA Valeu a pena interromper minhas férias em Cabo Frio para vir a minha querida aldeia e ser técnico de um time de futebol de artistas, num momento sublime de confraternização com o pessoal da imprensa, tendo por palco o agradável espaço do clube da turma do Banco do Brasil. Nosso time, que fez até camisas para o evento, foi chamado de “Bagaceira de Leobina”, em homenagem a um antigo randevu, aonde várias gerações viveram momentos inesquecíveis com belas raspadeiras tristezas. Luís Carlos Novaes, nosso querido Peré, intimou-me a ser técnico desse time e cheguei a tempo para assumir, com prazer, mais este cargo honorífico em minha vida. Os atletas foram recebidos por um excelente público, que vibrou, nas arquibancadas. O time adversário, que poderia ser batizado de “Egressos de Roxa Futebol Clube”, enaltecendo outra casa de amor bandido, mais antiga ainda, da cidade, era composto por pessoas tão bacanas que, mesmo como técnico adversário, em alguns momentos não resisti e aplaudi seus craques, principalmente dois deles. O primeiro, meu irmãozinho Gélson Dias que, no altar de seus 73 anos, além de comandar os colegas em campo, ainda jogou uns dez minutos aquele seu futebol de classe e arte, bem antigo e gostoso. O segundo, meu caro amigo Zé Vicente, com seus quase 70, sempre vibrante, ainda acariciando o gomo 13 da G18 com maestria. E nele outros craques como Karoba e Benedito Said, dois tratores de esteira, raçudos que só eles, para compensar o pouco gás de suas idades provectas e o peso de seus corpos. Meu time foi o maior barato. Peré de goleiro, que nem Gilmar dos Santos Neves. Na defesa um craque chamado Maya, que joga tão bem que, quando ele saiu para uma descansadinha de cinco minutos, tomamos dois gols. Danilo Campos, artista também na magistratura, sempre ali na meiuca, procurava conter as investidas dos adversários, que o eterno futebol-arte de Denarte transformava rapidamente em chances de gol, desperdiçadas por nossos atacantes. Tive a ousadia de lançar dois atletas, depois que nosso craque Hilton teve câimbra: nosso querido Janaúba, que jogou com muita eficiência, e João Jorge, com seus belos e fartos cabelos e porte atlético de fazer inveja a muito profissional. Perdemos de quatro a um, por culpa de um rapazinho de Mirabela, chamado Luiz Ribeiro, que entrou no final e logo marcou o terceiro gol dos adversários, justo no momento em que havíamos perdido várias chances de empatar e estávamos em busca de uma virada. Gravei entrevista com ele, findo o jogo, e ele exaltou, com belas palavras, o sentido da confraternização e me rasgou um elogio, ao que eu respondi:- Você ferra meu time e depois vem me elogiar, né, seu sacana!? Depois do jogo a turma se reuniu num galpão e foram entregues as medalhas e os troféus. Em seguida foram abertas garrafas da famosa cachaça Balalaika, cervejas estupidamente geladas, refrigerantes e servidos deliciosos tira-gostos. Aí veio a viola de Hilton, que passava por várias mãos e acompanhava deliciosas canções nacionais e regionais.Permitam-me exaltar meu craque Maya, compositor das mais belas músicas norte-mineiras, com quem tive a honra de cantar sua mais recente criação, o “Catrumano”, um dos mais fieis retratos poético-musicais de nossa gente. Obrigado, Peré, por me proporcionar momentos tão felizes, em companhia de pessoas tão especiais, que representam, com tanta dignidade e arte, o momento atual desta nossa maravilhosa civilização do ciclo do gado.Abraço a todos vocês, na pessoa de meu querido Nascimento Silva, a quem tive a alegria de rever em tão gostosa jornada etílico-gastro-esportiva.
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