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Mensagem: Aroldo Tourinho Mário Genival Tourinho Segundo filho mais velho do Juiz de Direito Fernando da Costa Tourinho, estaria Aroldo hoje (20/02/2012) completando seu centenário, após cerca de quarenta anos de exercício de sua profissão em Montes Claros. Foi um médico extraordinário, não só por sua inquestionável competência, como também pela sua porosidade humana. Extremamente dedicado e bondoso, padecia com as dores dos seus semelhantes. Na família, temos o orgulho de dizer que foi meu pai o responsável pela sua vinda para Montes Claros, inicialmente para um distrito dessa cidade, já que aqui nos primeiros anos da década de 1940 não tinha casa nem para alugar e nem para vender. De Patis e Bela Bista (Mirabela atualmente) veio para Montes Claros já precedido da fama de excelente médico trazida daqueles antigos distritos e dos seus arredores. Anteriormente, já trouxera papai para Bocaiuva um irmão, formado em Salvador em 1923, de nome Lafayete da Costa Tourinho. Também pelas mãos de meu pai, aqui e em Francisco Sá, Brejo das Almas na época, clinicou Francisco Goes Tourinho, seu primo que viria abandonar a carreira para ser monge franciscano em Salvador, para desconsolo de uma linda jovem bocaiuvense, sua noiva da família Fróes. Apesar do gênio manso de Aroldo, não me causou surpresa alguma sua filiação pelas minhas mãos ao MDB de Montes Claros, vindo a ser, nas eleições de 1966, o terceiro mais votado dentre todos os canditatos. A filiação de Aroldo ao MDB operou-se contra a vontade de todos os seus amigos, principalmente os médicos. Consideravam eles uma temeridade o ingresso de um homem maduro, já tido como médico de renome em todo o setentrião mineiro numa oposição à ditadura militar. Desconheciam eles o horror da nossa família para com a baioneta calada, a autoridade na vertical. Junto com o irmão Armando da Costa Tourinho, foi preso por ordem de Juracy Magalhães em razão de se manifestar a favor da Revolução Costitucionalista de São Paulo, em 1932, prisões só relaxadas após greve geral nas Faculdades de Medicina e Direito. Não sabiam também que nosso avô, Getulino da Costa Tourinho, foi quase à falência por ter apoiado Ruy Barbosa na campanha civilista contra o candidato Hermes da Fonseca. Percebe-se pelo relato que a família Tourinho, com tantos oficiais generais em seu meio, geneticamente nunca foi de apoiar baioneta calada e, menos ainda, a baioneta falada, indutora dos maiores desatinos, só comparáveis aos praticados pela Inquisição contra a humanidade. Até mesmo, talvez, o mais doce e ameno Aroldo Tourinho, figura inesquecível para quem com ele conviveu, era desconhecido como figura capaz de se rebelar contra a última (assim esperamos os que temos bom senso) ditadura em nosso País.
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