Este espaço é para você aprimorar a notícia, completando-a.
Clique aqui para exibir os comentários
Os dados aqui preenchidos serão exibidos. Todos os campos são obrigatórios
Mensagem: A LENDARIA ESCOLA NORMAL JOSE PRATES A Escola Normal de Montes Claros nasceu em 1878 no governo provincial, engatinhando, tentando manter-se como centro educacional. Não suportou os contratempos e foi extinta em 1905, reabrindo em 1915. A luta árdua foi travada pelos diretores e Mestres com apoio efetivo da velha Gazeta do Norte que em 1935 publicava o seguinte: ´A Escola Normal de Montes Claros é hoje, no sertão mineiro, um esplendente símbolo das mais altas virtudes do espírito humano; representa a soma enorme de esforços que, através de 25 anos um povo desenvolveu. Com o coroamento natural do zelo da cidade em conservar por tantos annos o patrimônio cultural que tanto a dignifica e enriquece. Por seu trabalho, a Escola constituiu-se como ´viveiro irradiador de instrucção e sociabilidade capaz de divulgar o que há de mais útil e interessante na moderna ciência de educar´ (Gazeta do Norte 1935). Para a cidade de Montes Claros, a escola era um ´laboratório de idéias, elemento propulsor de seu progresso e da sua formação moral, como disse o saudoso Dr. Plínio Ribeiro que foi um dos seus diretores. Lembro-me que o Dr. Plínio quando referia-se à Escola Normal, falava com carinho, procurando demonstrar sua gratidão pelo que ela contribuiu para o seu desenvolvimento tanto intelectual quanto cultural. A história está ai viva, clara, nos mostrando a vida preciosa desse estabelecimento de ensino secundário, o primeiro de Montes Claros que grandes vultos da historia montesclarense usaram como estrada para alcançarem o êxito de suas vidas. Hoje, o prédio que lhe abriga deve ser o mesmo, velho, com as características daquele tempo, penso eu. O sitio onde foi construído deve estar intacto, o mesmo daquele tempo. Quanta gente ainda existe que se lembra com saudade das meninas vestidas de azul e branco, belas, imponentes e garbosas desfilando no Sete de Setembro, arrancando aplausos frenéticos da rapaziada. Tem bastante tempo que não vou a Montes Claros. O que tenho de lá são as recordações, provocadas pelas noticias que me chegam. Recordações que me enchem de saudade, algumas; outras que me decepcionam e entristecem como agora com o que eu li, aqui no Mural, que a Prefeitura pretende tirar um pedaço do terreno da Escola Normal para construir um Posto Policial. Eu sei que a cidade cresceu horizontal e verticalmente. Imaginem que a Vila Guilhermina e o Matadouro que eram lugares distantes, hoje estão no centro comercial. Mas, com todo esse avanço, com todo esse crescimento, eu creio ainda existir terreno disponível, se não no centro, mas, pelo menos, nas adjacências, capaz de atender às necessidades de espaço para construção de um posto policial que faz parte do plano de segurança da sociedade. Pode ser no centro ou na adjacência, tanto faz. Se não houver terreno público, mas, creio que há, a Prefeitura pode desapropriar o terreno privado que for qualificado para a obra. Existe justificativa plena para isto. O que é estranhável, sem justificativa, é, numa cidade como Montes Claros, populosa e rica, esquartejar o terreno de uma velha e lendária Escola Normal para satisfazer a construção de um posto policial que nada tem a ver com a velha Escola, nem com Educação. Outro dia, foi a mutilação da Praça de Esportes para construção de um tal Mocão; agora a vitima é a Escola Normal e a próxima vitima, qual será? (José Prates, 84 anos, é jornalista e Oficial da Marinha Mercante. Como tal percorreu os cinco continentes em 20 anos embarcado. Residiu em Montes Claros, de 1945 a 1958, quando foi removido para o Rio de Janeiro, onde reside com a familia. É funcionário ativo da Vale do Rio Doce, estando atualmente cedido ao Sindicato dos Oficiais da Marinha Mercante, onde é um dos diretores)
Trocar letrasDigite as letras que aparecem na imagem acima