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Mensagem: Por não vir à cidade há muitos anos, provavelmente há mais de 40, o marítimo e jornalista José Prates, do alto dos seus gloriosos 80 anos, como todos, às vezes está sujeito a compreensíveis equívocos, que apenas evidenciam sua alta capacidade de análise, lucidez e boa fé. No último comentário, fica claro que ele ignora que a Escola Normal Oficial de Montes Claros, que homenageia Plínio Ribeiro, mudou-se do antigo prédio na parte baixa de Montes Claros ainda no distante ano de 1965. Saiu da Largo da Matriz e foi localizar-se na nascente Avenida Mestra Fininha, homenagem à mãe de Darcy e de Mário Ribeiro. Para que isto acontecesse, foi preciso espichar a cidade na direção do Alto Santo Expedito, ou Alto Severo, uma vez que a área urbana tinha como fronteira uma abandonada Praça da Santa Casa. Tudo além era mato, barrocas. Aberta a avenida de duas pistas, localizou-se naqueles ermos altos, ventilados, o novo predio da Escola Normal. Foi obra ainda de Magalhães Pinto. Um prédio de linhas modernas, digno, de boa arquitetura distribuido em espaço amplo. Por ali, passaram, passam e passarão gerações de montesclarenses. O prédio - lembro-me bem - tinha (tem?) um auditório na frente, jardins, e no meio o corpo principal, onde localizavam-se as salas de aula. Parte da área fronteiriça - tomo conhecimento agora - foi expurgada, para nela se construir um prédio que será posto policial. Não se discute se o espaço, o chão, se está ocioso ou não - (jardim e árvores porventura são ociosos?). A discussão é alta e outra. Precisa ser alta. (Atrasamos tanto, em alguns aspectos, que até nos confundimos). Será correto escolas cederem espaço da educação e da cultura, da formação e da cidadania, para atividade de natureza policial, corretiva e penal, por dignas que sejam, e são? Não seria melhor exatamente o contrário? (Sonhamos, o mundo inteiro sonha, em transformar a última penitenciária em escola, pondo fim os ciclos do mal). José Prates, no que escreveu, se bem entendi, supóe que a Escola Normal ainda está na sua sede velha, primitiva, que foi também o núcleo primeiro da mais importante outra escola de M. Claros - o Grupo Gonçalves Chaves. Quanto a cessão da área para posto policial, ainda que isto momentaneamente leve a uma passageira (e enganosa) idéia de proteção aos moradores contíguos, nestes tempos em que os delinqüentes invadem as delegacias e até quarteis: não é responsabilidade da prefeitura autorizar a cessão de terreno pertencente a educandario estadual. Pode ser responsável por autorizar a construção, atraves da área de engenharia. A responsabilidade maior parece recair nas autoridades estaduais que permitiram o contra-senso lamentável. Resta perguntar: como se comportou a direção da escola? Aceitou passivamente? Como agiu a respeito a representação estadual de ensino na cidade? Concordou, sem lutar? Houve intervenção maligna dos deputados estaduais para permitir que o espaço da escola fosse desvirtuado grosseiramente, como foi dito?? É questão a ser apurada, não para localizar culpados, mas para impedir que fatos assim prossigam, como paradigma ao reverso. Seria oportuno, reparador, ponte de ouro, examinar a possibilidade de a comunidade pedir, clamar, para que o prédio em conclusão, bem na frente do edificio principal, na esquina mais destacada, seja revertido em magnífica biblioteca, para uso dos alunos, para sua formação e ilustração, para que aprendam, e depois ensinem, que sempre será demasiado e absurdo - em qualquer parte do mundo - mutilar e escolas para nelas ver nascer postos policiais, por mais que reclame legitimamente o comércio vizinho. Serenamente, é preciso deter esta tendencia, para que não se multiplique. (Esta é, numa golfada que a indignacáo produz e pequena dor conduz, a sugestão de um aluno da Escola Normal. De cujo chão benemérito extraiu meios de estudar, de aprender, de lutar e viver, meios que o trazem de volta, em nome da Paz e do Bem - Pax et Bonus. Obrigado, se puderem registrar).
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