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Mensagem: DE BURARAM A CAPITAO ENEAS JOSE PRATES Parece-me que foi ontem que estive pela primeira vez numa estação da Central do Brasil que começava a funcionar, ainda precariamente, aguardando a inauguração para receber o trem misto que vinha de Montes Claros. Era a Estação de Burarama de Minas, onde, em 1945, eu fui operar a estação radiotelegráfica da Comissão de Construção da Estrada de Ferro, até inicio de 1946, quando deixei a Comissão de Construção. Depois de inaugurada, não demorou muito e recebeu o nome de Engenheiro Zander, mas, a fazenda do Capitão Enéas, continuou como Burarama. Isto faz muito tempo, eu sei, mas, são coisas que ficam guardadas na memória para serem lembradas quando alguma coisa lhe desperta. Hoje, o que despertou minha lembrança foi a notícia que me chegou do grande desenvolvimento que se processou em Burarama que agora tem o nome de Capitão Enéas, numa homenagem àquele que foi o dono da fazenda que se transformou em vila, emancipou-se e depois virou cidade. O que nos impressiona a todos é que ali tudo amadureceu, inclusive a mentalidade dos administradores. O que sabemos pelas noticias que nos chegam é que o senhores Prefeitos daquele município, tanto os que passaram como o que está hoje, não se limitaram nem se limita pura e simplesmente, à administração do lugar, mas, seguindo o exemplo que lhes deixou o patrono da cidade, se envolvem num grande trabalho visando o desenvolvimento econômico do município. Ainda segundo as noticias que nos chegam, a Prefeitura Municipal de Capitão Enéas resolveu realizar mais de oitenta por cento de suas compras no comércio local, através de processo licitatório, estabelecendo um meio de fomentá-lo. Outro fato que nos causou admiração pelo empreendimento, foi a implantação do Banco de Alimento que adquire produtos agrícolas para enriquecimento da merenda escolar, atendendo, também, à população, principalmente os carentes, quando existiam. São iniciativas pouco comuns nos sertões e que sempre dão bons resultados, desde que haja interesse dos administradores. Conta-nos a historia que Eneas Mineiro de Souza chegou ao Norte de Minas no começo dos anos trinta, cheio de entusiasmo. Empreendedor nato, não se amedrontou com as dificuldades que se lhe apresentaram e partiu para o desbravamento daquelas matas incultas entre os rios Verde, São Domingos e Quem-Quem. Foi avançando mata a dentro até ocupar vasto território que denominou Fazenda Burarama onde preparou as condições para fornecer dormentes para a estrada de ferro que estava sendo construída. A atividade foi crescendo e com ela chegando gente que construía casas de moradia. Logo foi instalada uma serraria, depois veio o matadouro e os escritórios da administração dos negócios, todos pertencentes ao empresário Capitão Eneas. Aos poucos foram surgindo mais casas residenciais e comerciais e de serviços bancários como o escritório de Fraga & Silva, Ltda. que eu e o Sr. Veraldino Conrado fomos instalar e entregar a Onofre Ferreira para administrar. Foi quando conheci o Capitão Eneas, isto em 1947 quando já existia o povoado de Burarama de Minas. De fazenda pulou para cidade, sem passar por Vila, porque o Capitão Eneas assim determinou: formou uma comissão de emancipação e tudo foi feito sem problemas. E hoje está ai. Cidade grande, comercio grande e um povo alegre e feliz. (José Prates, 84 anos, é jornalista e Oficial da Marinha Mercante. Como tal percorreu os cinco continentes em 20 anos embarcado. Residiu em Montes Claros, de 1945 a 1958, quando foi removido para o Rio de Janeiro, onde reside com a familia. É funcionário ativo da Vale do Rio Doce, estando atualmente cedido ao Sindicato dos Oficiais da Marinha Mercante, onde é um dos diretores)
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