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Mensagem: Londres, 15 de março de 2012 Prezado Haroldo Lívio, Meus irmãos – Gerinha, Baby, João Virgílio, Helber, Dayse, Maria Alice, e eu, muito emocionados com o texto que você escreveu sobre nosso pai, Jáder, queremos lhe afirmar quão agradecidos lhe somos. Você sintetizou, em alguns poucos parágrafos, com a nota elegante da sua prosa, toda uma personalidade – humilde e majestosa. Humilde, porque nosso pai não se vangloriava do seu saber, da sua capacidade, da sua família e dos inúmeros amigos, ilustres alguns, outros mais simples, mas sem diferença de apreço. De uns e de outros deleitava-se com o prazer do convívio e garantia a reciprocidade do comprometimento, da solidariedade, enfim, do ser sempre, acima de tudo, leal. Majestosa porque cultivava importantes valores – o ser simples, solidário e amigo. Jamais faltou ao imediato atendimento dos amigos e dos familiares, em necessidades aflitivas. Com energia incansável. A sua narrativa, Haroldo, evocou de forma surpreendente, ao estilo do historiador minucioso e fiel, a documentação séria, o perfil de uma pessoa que, antecipando-se ao seu tempo, tentou implementar a teoria do Estado do bem-estar social. Pretendia assim servir à sociedade, sem se aproveitar das benesses, hoje tão frequentes entre alguns políticos. Somos-lhe gratos, Haroldo. Por sua amizade ao nosso pai, pela generosidade do seu gesto. Acrescentamos: também pela oportunidade que tivemos de refletir sobre nosso pai, de um prisma diferente, a partir da interpretação de um amigo que com ele conviveu. E que ele admirava profundamente. Aqui e ali, nosso pai tecia comentários elogiosos à sua integridade, à sua inteligência, à sua disponibilidade amiga. O seu texto tornou transparente quão privilegiados fomos, e somos, por sermos filhos de Jáder (e de Lygia). Do pai, procuramos cultivar a inteligência, o valor fundamental da leitura que, mais do qualquer tecnologia moderna, desenvolve o saber, a cultura, a visão de mundo. Da mãe, tentamos captar e incorporar a sabedoria de vida, a paciência e o equilíbrio de espírito. Dos dois, a integridade moral e a não importância, até mesmo o desdém, pelo consumismo e pelos bens materiais. Vêm-me à lembrança dois elementos que somam, de forma marcante, a figura do nosso pai. O primeiro, ocorrido nos anos setenta, refere-se ao grande jurista Sobral Pinto, em um encontro casual, no Hotel Normandy, em Belo Horizonte. Acompanhado do brilhante jornalista Paulinho Narciso, Sobral Pinto foi apresentado à Baby e ao João Carlos, que ali se encontravam. Ao ouvir o nome Figueiredo, de Montes Claros, disse o célebre Sobral Pinto: “Da família de Jáder Figueiredo? É das pessoas mais inteligentes e lúcidas que ja conheci.”. O outro elemento, à semelhança de um também político íntegro, Winston Churchill, é o humor crítico que nosso pai usava como poucos, com elegância e perspicácia. Muitas vezes, este humor era um instrumento de agradável socialização. Outras vezes, tinha o corte certeiro de uma espada. Obrigadíssima, Haroldo. Há, ainda, graças a Deus, pessoas inspiradoras. Como nosso pai (e nossa mãe). Como você. Mary de Figueiredo-Cowen
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