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montesclaros.com - Ano 25 - sexta-feira, 15 de novembro de 2024
 

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Mensagem: Essa violência que amedronta José Prates Não é só no montesclaros.com mas, em qualquer jornal do país ou mesmo de qualquer lugar do mundo, quando aberto mostra estampada a violência urbana que tomou conta de todos os lugares, onde quer que esteja um ser humano. Essa violência que assola, não é a causa, mas, o efeito do procedimento social que a gerou no seu próprio seio, cujos efeitos vieram devagar acompanhando o desenvolvimento do mundo. A educação que está presente, principalmente, no ensino fundamental porque este é o alicerce formativo, infelizmente está ausente num terço dos que dela necessitam e essa ausência é, sem dúvida, o principal fator no desenvolvimento da violência urbana. O que vemos pelas ruas das cidades grandes, principalmente nas capitais, são crianças maltrapilhas desfilando de mãos estendidas, pedindo esmolas a um e a outro passante, sem que a sociedade atente para a formação desses meninos, permitindo que sigam o caminho inverso. Há 2500 anos, Pitágoras disse: “Eduquem as crianças de hoje e não será preciso castigar os homens de amanhã” Lamentavelmente, porém, até hoje, apesar da advertência de Pitágoras, a educação não chegou à maioria das crianças que crescem sem nenhuma formação educacional. Nos dias atuais, como acontecia ontem, a preocupação dos homens não está na criança, mas, na economia, nas finanças e no progresso dos negócios que envolvem esse mundo capitalista. É nisto que está o interesse dos que governam e na maioria dos que são governados. Ninguém desconhece que a formação do caráter do individuo, que começa na infância, está na educação que lhe é ministrada pelos pais e pela “escola primária” cujos professores têm um papel fundamental na educação do aluno onde se inclui a formação do caráter. Nós sabemos que o destino do homem que compõe a sociedade está inteiramente ligado aos princípios de vida e conduta social que recebeu na infância e na adolescência. Isto nos faz crer que essa violência que preocupa o mundo inteiro, está ligada ao fracasso dos sistemas educacionais em quase todo o mundo. Não podemos dizer que a responsabilidade seja dos mestres, no primeiro grau, mas, na quase totalidade dos casos, da própria família que, também, não teve a educação necessária para criação de um filho. Chegamos a um ponto que ninguém, pobre ou rico, esperava o estado em que chegamos em termos de violência, e para o qual não nos preparamos. Hoje vivemos o caos da segurança pessoal ou coletiva porque essa violência atingiu a todos, independente de categoria social, quer dizer, rico ou pobre. O medo atinge a todos seja nas ruas, no campo ou em casa. Todo mundo vive desassossegado porque ninguém lhe assegura tranqüilidade, pois, os próprios membros da segurança publica, como policiais, são assaltados , nas ruas, em plena luz do dia. Ninguém pode confiar em ninguém quando as próprias autoridades da segurança aconselham ao cidadão não resistir ao assalto, obedecendo ao que ordenar o assaltante. A violência criou um quadro que representa o fracasso do processo de humanização e a sociedade tornou-se vitima de si própria, sem o direito de ir e vir com tranqüilidade. É um absurdo, mas, é verdade nua e crua. (José Prates, 84 anos, é jornalista e Oficial da Marinha Mercante. Como tal percorreu os cinco continentes em 20 anos embarcado. Residiu em Montes Claros, de 1945 a 1958, quando foi removido para o Rio de Janeiro, onde reside com a familia. É funcionário ativo da Vale do Rio Doce, estando atualmente cedido ao Sindicato dos Oficiais da Marinha Mercante, onde é um dos diretores)

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