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Mensagem: Bebida alcoolica e cigarro. Drogas que matam José Prates A notícia que recebi ontem, da hospitalização de um amigo com problemas na garganta que lhe está fazendo perder a voz, fez-me lembrar os males aos pulmões e à laringe, causados pelo uso constante do cigarro e da bebida alcoólica. Lembrei-me porque todos os casos de cânceres na garganta em pessoas que eu conheci e com quem convivi, a origem foi o uso dessas drogas. Eu conheço as causas malignas desse hábito ou vicio como queiram chamar, porque, há pouco tempo, três anos, infelizmente assisti a morte de um grande amigo, vítima de insuficiência respiratória aguda. Advogado militante, competente e com boa clientela, era casado, pai de duas filhas. O consumo diário de dois a três maços de cigarro foi o responsável por sua morte. Alertado várias vezes para o perigo que estava correndo, não teve, porém, força suficiente para abandonar ou, pelo menos, controlar o vício que lhe dominava. Morreu aos 56 anos de idade, sufocado pela falta de ar, quando chegava ao hospital. Não houve tempo para lhe prestarem qualquer socorro. Eu fumei durante quarenta anos seguidos, consumindo em média, um maço de cigarros por dia. Em janeiro de 96, estávamos no Porto de Hamburgo, Alemanha, quando fui acometido por uma forte gripe. Encaminhado a uma clinica médica, fui atendido por uma equipe que me fez uma série de exames antes de levar-me ao médico. Findo os exames, fui conduzido ao médico que estava em frente ao computador, com os resultados dos meus exames na tela do monitor. Mostrou-me a radiografia que apresentava os danosos efeitos da nicotina em meus pulmões: uma mancha preta cobria inteiramente o pulmão. Disse-me o doutor, tratar-se de uma espécie de crosta, obstruindo a passagem do ar. Fiquei horrorizado com aquela imagem e perguntei qual a medicação para aquele mal. Ele respondeu-me: “abandonar o fumo, se você deseja viver mais alguns anos”. Aquela resposta ficou nos meus ouvidos, sem querer sair. Quando cheguei ao navio, distribui os maços de cigarros que possuía com quem os aceitou e nunca mais fumei. Vivi uma semana torturante, causada pela falta do cigarro, mas, não me dei por vencido. Dezesseis anos já se foram, desde aquele dia, sem ir ao primeiro cigarro. Os seus efeitos, porem, ainda são vistos nos pulmões, como observei na ultima radiografia que que fiz, há pouco mais de seis meses. O que é necessário dizer aos fumantes e amantes do álcool, é que o mal causado ao organismo pelo consumo de cigarro e álcool não depende da qualidade nem da quantidade da bebida ou do cigarro. O mal está presente em qualquer marca ou quantidade em uso. A tentação de consumo desses produtos em muitas pessoas, alguma propensa a adquirir o vício, é muito forte. Mais forte, porem, deve ser o propósito de não ir ao primeiro gole ou fumar o primeiro cigarro, lembrando-se sempre dos danos físicos e até morais a que a pessoa está sujeito, se chegar ao vício nessas drogas, o que não é difícil acontecer. Muitas pessoas dizem, querendo justificar-se, que “bebem socialmente” ou fumam de vez em quando. Não importa, porque tudo começa assim, com a desculpa de que é só este gole ou este cigarro. Mas, amanhã bebe e fuma de novo até transformar-se em uso diário, o que vai acontecendo devagar, sem a pessoa perceber. Não importa que a quantidade no uso seja grande ou pequena, o perigo do mal está presente no uso constante que, com o tempo, passa a diário, sem controle, até que o organismo se integra ao uso, provocando um estado de dependência que lhe obriga ao álcool ou ao cigarro como necessidade orgânica. Isto é o vício. Daí é que vem a dificuldade para parar, principalmente quando não existe determinação própria com apoio da força de vontade. Muita gente tenta parar, diminuindo a quantidade. Não resolve. Parar é de uma só vez, agora, neste momento. Nos primeiros dias sente-se a falta da bebida ou do cigarro o que é torturante e faz alguns voltarem ao uso, vencidos pelo vicio. Persistindo, porem, na abstinência, aos poucos, a vontade vai saindo da mente até desaparecer totalmente, dando lugar ao esquecimento. Parar não é difícil. Eu posso dizer isso por experiência própria. Basta querer. Diga com firmeza “eu quero”, fazendo a vontade própria sobrepor ao vicio ou ao hábito. Uma pessoa de recursos financeiros envolvida em bebida e fumo, quando sente o perigo ameaçando-lhe, tem à sua disposição todos os recursos médico-hospitalares para um tratamento adequado, podendo garantir o combate ao mal, diagnosticado ainda no seu começo. E o cidadão comum que ganha um ou dois salários, vitima desse mal, dependendo do INSS cujos hospitais nunca têm vaga nem condições de fazer o tratamento? Em que porta vai bater? Só existe uma: a porta do cemitério. E, o pior é que a maioria das pessoas acometidas por esse mal está entre os mais pobres que não têm condição financeira nem psicológica para enfrentarem sozinhos o problema, nem dispõem de recursos próprios para um tratamento médico-hospitalar. Daí, então, é que devem pensar muito, antes de irem ao primeiro gole ou ao primeiro cigarro. (José Prates, 84 anos, é jornalista e Oficial da Marinha Mercante. Como tal percorreu os cinco continentes em 20 anos embarcado. Residiu em Montes Claros, de 1945 a 1958, quando foi removido para o Rio de Janeiro, onde reside com a familia. É funcionário ativo da Vale do Rio Doce, estando atualmente cedido ao Sindicato dos Oficiais da Marinha Mercante, onde é um dos diretores)
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