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Mensagem: Mulher tem suspeita de doença rara e fatal em Montes Claros. Doença é da mesma família do mal da Vaca Louca - Luiz Ribeiro - Está internada há mais de um mês no Hospital Aroldo Tourinho, em Montes Claros (Norte de Minas), uma mulher, de 27 anos, com a Síndrome de Creutzfeldt- Jacob (DCJ), doença rara, provocada pelo acúmulo de “príons” (espécie de proteína) modificados. A causa é a mesma do mal da “Vaca Louca” que, nos anos 1990, foi descoberta no Reino Unido, onde provocou as mortes de mais de 100 pessoas e resultou no sacrifício de milhares de animais. No entanto, a infectologista Claudia Biscoto, que atendeu o caso, explicou que, apesar da semelhança na origem, as duas doenças se apresentam diferenças no contágio e na forma clínica. Ontem, a Secretaria de Estado de Saúde também distribuiu nota com o mesmo esclarecimento. A especialista informou que a Síndrome de Creutzfeldt- Jacob (DCJ) é uma doença rara em todo mundo – um caso para 1 milhão de pessoas -, incurável e fatal, que ataca o sistema nervoso central. “A transmissão ocorre em procedimentos neurológicos ou em transplantes de córneas”, disse. A mulher internada em Montes Claros, que é natural de São João da Ponte (também no Norte de Minas) começou a apresentar os sintomas em outubro do ano passado, sendo que ela foi submetida a um transplante de córneas em São Paulo há cerca de quatro ou cinco anos. Ainda conforme Claudia Biscoto, a confirmação da doença na paciente foi feita através de exame laboratorial realizado na França. Conforme a infectologista, a mulher apresenta o quadro de demência, espasmos musculares e convulsões, sintomas característicos da DCJ. De acordo com a nota da SES, a Doença de Creutzfeldt- Jacob (DCJ) ou doença priônica é provocada pelo acúmulo de “príons” modificados. “Os príons são partículas compostas por proteínas normais do organismo, mas ao sofrerem mutações tornam-se patogênicas. O acúmulo dessas proteínas alteradas leva a degenerações das células nervosas, tornando o tecido cerebral de aspecto esponjoso”, diz a nota. Cláudia Biscoto lembra que o Mal da Vaca Louca (v-DCJ) também é uma “doença priônica”, que se apresenta como uma variante da DCJ, que manifesta em bovinos, os quais podem transmiti-la ao homem. Conforme a nota da SES, a Doença da Vaca Louca,quando transmitida aos humanos, ´afeta predominantemente pessoas jovens, geralmente com idade entre 16 e 48 anos de idade. Possuiu correlação com o consumo de carne de bovinos afetados”.Por outro lado, lembra a Secretaria de Saúde, em nenhum país das Américas, incluindo o Brasil, houve registro de casos humanos da v-DCJ.
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