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Mensagem: Uma nova economia Manoel Hygino – Jornal “Hoje em Dia” Ao longo de uma existência devotada ao trabalho com a gente simples do norte-mineiro, o curvelano Nelson Vianna colheu farto material para livros que são preciosas fontes de informações. Não lhe faltavam conhecimentos adquiridos Escola de Minas de Ouro Preto, nem a sensibilidade com a qual se nasce. Entre seus bons livros, está ´Foiceiros e Vaqueiros´ (de que recebi um raro exemplar do historiador Haroldo Lívio), em que Nelson relata seu cotidiano com esses heróis de nosso mato sertanejo, trabalhadores satisfeitos durante o dia em penosos serviços, tocadores de viola à noite e cantores de modas regionais, sempre simples e cordiais. Mas isso foi nos anos 20 do século findo, quando Montes Claros, a mais importante cidade daquele território, ainda tinha algo do Arraial de Nossa Senhora da Conceição e São José de Formigas, onde se formou a pequena povoação em torno de 1789. As atividades predominantes, o cultivo da terra e a pecuária. Euclides da Cunha já registrava o regime pastoril, a que não faltavam ao gado as baixadas salobras dos barreiros. Desde Figueira, o primeiro proprietário da fazenda em que se gerou a cidade, ela se demonstrou uma extensa zona de criação de gado, revelada no alvorecer do século, como registra Hermes de Paula. A indústria que se foi instalando na região procurava, por óbvias razões, aproveitar o que a terra produzia e o gado bovino possibilitava. Graças à produção algodoeira, surgiu a fábrica de tecidos, assim como a de óleo comestível, além de pequi. Já se pensava em utilizar a mamona para combustível, sem se esquecer que o pai do escritor Cyro dos Anjos instalou uma pioneira indústria de botões. O velho mercado, que não mais existe, era uma vitrina da riqueza regional, como descreve Cyro em ´A menina do sobrado´, com que Paulo Narciso me presenteou. Aos sábados, cereais, legumes, toucinho em postas, carne de sol, utensílios de cerâmica e, dependendo da estação, quanta fruta do mato podiam as chapadas e os tabuleiros. Aquele tempo não morreu de todo, mas não sobreviveu de todo. A cidade cresceu horizontal e verticalmente, são muitos milhares de habitantes, diversificou-se a produção, tornou-se metrópole, com todas as vantagens e desvantagens. Há rodovias, com muitos defeitos e problemas, mas existem. A rede aérea funciona. O homem não para de gerar riquezas e consumir. Agora Montes Claros receberá a instalação de uma fábrica de veículos especiais, como de combate a incêndios, ambulâncias e de resgate para a defesa civil. Quem entrou nesse mercado é a italiana Pimme e Matacena, com investimentos de 50 milhões de libras na construção da fábrica, que atenderá o setor público. O sertão não produz só gado e inteligência. A fabrica da Fiat Case New Holland investirá R$ 600 milhões na produção de tratores, empregando 2.700 pessoas. A Alpargatas montará a sua fábrica, para gerar 5 mil empregos. Fatores favoráveis estar na área da Sudene, possuir incentivos fiscais e localizar-se entre o Sudeste e o Nordeste. São notícias que se deve divulgar com o otimismo.
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