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Mensagem: Ideal de grandeza Manoel Hygino dos Santos – Jornal “Hoje em Dia” A televisão mostrou a cena da jornalista francesa Edith Bouvier, ferida na cidade de Homs, na Síria, de regresso à pátria, depois de muitos dias sem assistência médica. Também foram mortos a jornalista americana Marie Colvin e o fotógrafo francês Remi Ochlik. A Unesco reprovou. As autoridades sírias desrespeitam a Convenção de Genebra sob as guerras, em que o trabalho da Imprensa deve ser preservado. Mas o problema não é restrito. Relatório do International News Safsty Institute colocou o Brasil como o sétimo lugar mais perigoso para jornalistas no mundo. Não há apenas a morte de Wladimir Herzog a lamentar. Em 2011, no Brasil, foram mortos cinco profissionais, do total de 124, em 40 países. Os profissionais perdem a vida no cumprimento do dever ou simplesmente pelo cumprimento do dever. Faço estas considerações quando registro, com pesar, o falecimento de um homem de Imprensa que honrou seu compromisso, mais forte do que o diploma, que valida uma definição de vida, ininterruptamente exposta. Refiro-me a Oswaldo Antunes, que partiu no entardecer do dia 11 último, ele que foi o pai da Imprensa moderna de uma cidade, na expressão de Paulo Narciso, que a seu lado esteve expressivo período na redação do ´O Jornal de Montes Claros´, na rua Dr. Santos. O dizer de outro companheiro daquela época, José Prates, nele se sentia competência e dignidade. Graças à sua conduta e idealismo, manteve a folha mais lida do norte-mineiro por longos anos, primando pela independência e imparcialidade, missão penosa em todos os lugares e tempos. A sua guerra foi contra a incompreensão, os interesses subalternos da política, pois não compactuava com o que lhe ferisse princípios e a consciência profissional e pessoal. Daí, ter legado exemplos, não daqueles referidos pelo prefeito da cidade, em nota, ao aludir a ´profissionais da Imprensa hodierna´. De um jornalista de escola, sobrevivente talvez de uma fauna em extinção, ouvi: ´Sentiremos saudades, muitas. O dr. Oswaldo, depositado no chão do sepulcro, ao pé do qual estive, pareceu-me mesmo maior do que vivo - como na frase francesa, famosa´. No único livro que deixou publicado, e que honrosamente me submeteu à leitura antes de editá-lo, Oswaldo Antunes conta sua odisséia para manter um ideal de grandeza. Ele faz parte de ´O Diário´, folha que alcançou números enormes de circulação no país, editado em Belo Horizonte, e do qual seria eu colaborador, depois diretor de redação e presidente. Na antiga folha belo-horizontina, foi redator político nos anos 40-50, suas colunas recebiam e abrigavam talentos como Edgar da Matta Machado, Hélio Pellegrino, Alphonsus de Guimarães Filho, Otto Lara Resende, Milton Amado, o nosso excelente José Mendonça. Sem esquecer João Etienne Filho, Mello Cançado, João Camillo de Oliveira Torres, além de Tristão de Athayde, e ases do noticiário político, como Geraldo Magela Andrade e Geraldo Rezende. Houvera espaço e mais diria. Creio, porém poder concluir com um pensamento que Oswaldo Antunes apreciaria, de Tocqueville: ´A Imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade.´
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