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Mensagem: Minha primeira ida a Montes Claros Minha primeira visita a Montes Claros, a convite de meus tios, aconteceu há décadas, quando eu tinha 16 anos. Fiquei uma quinzena na cidade, divertindo-me com Cabaret (Haroldo Filho), Didu (Roberto) e Henrique. Visitava também Raymundo, Terezinha, Layce e Machado. Foram dias de muita felicidade e aprendizagem. Um soteropolitano no norte de Minas, tendo o privilégio de se hospedar na casa do Doutor que tinha “aparado” dois terços da população local. A estadia foi repleta de bons momentos juntos aos tios Aroldo e Lourdes e aos primos. Lembro-me de um acontecimento especial. Certo dia da semana, no turno matutino, o tio Aroldo atendia socialmente em seu gabinete, no térreo da casa, com acesso à rua lateral. Curioso, saí à rua e observei a fila de pacientes que se formava esperando a consulta. Não sei quem, Didu ou Cabaret, acompanhava-me nessa observação ao que ocorria e observei na fila jovens moças, com roupas provocantes, aguardando atendimento. O primo matou a minha curiosidade indicando: - São as meninas de Edna e Leobina (meninas do lupamar) que o velho atende. Após o almoço, dirigi-me ao tio, encantado com a sua generosidade e juramento médico. Quando lhe perguntei sobre as “meninas”, impressionado com a sua bondade, ouvi uma resposta para me tirar do tempo: – Só estou protegendo vocês de uma blenorragia! Quase uma década depois, estando em Montes Claros para acompanhar o funeral do meu querido tio, uma cena ficou registrada na minha memória para sempre. Impedidas pelos religiosos da função de se posicionarem no cortejo que se formou à frente do cruzeiro do cemitério, iam de véu e terço, em número considerável, as meninas de Edna e Leobina, homenageando o generoso e competente médico que as protegia, assim como a todos nós.
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