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Mensagem: O barulho acabou, mas violência chegou José Prates Há pouco tempo atrás, uns seis meses, talvez, quando abríamos este site o que víamos eram reclamações de leitores contra o barulho que incomodava todo mundo, produzido pelos carros de som, propositadamente postos na rua pra infernizar a vida do habitante trabalhador, prejudicando-lhe o sono reparador. Todo mundo falou, todo mundo gritou e apareceu, então, timidamente, a Patrulha do silêncio que, apenas, mostrou a cara, depois se escondeu sem querer agir. O falatório aumentou e o barulho também. Criaram um “Triangulo da Impunidade” que não sei onde fica e ali se concentrava tudo de pior: boates e carros de som. O povo, porem, não deixou barato e botou a boca no mundo contra tudo que achou que não prestava, fazendo as autoridades municipais se mexerem porque em véspera de eleições, como agora, o povo deve ser ouvido e atendido porque o voto é precioso e não deve mudar de endereço. Foi ai, então, que Policia e Prefeitura resolveram firmar convênio de ação contra o barulho. Botaram pra fora a Patrulha do silencio que apareceu pra valer e o barulho foi diminuindo, o povo calando a boca e hoje nenhuma reclamação aparece no Mural. Não podemos dizer que desapareceu por completo, mas, diminui bastante a ponto de não haver mais ninguém se queixando. Mas, Montes Claros não é nenhuma cidadezinha do interior onde o poder público pode controlar tudo. É uma cidade grande, com jeito de capital, e os seus problemas, também, são grandes. O barulho incomodativo, não estamos dizendo que acabou, mas, diminuiu. Outro problema, porem, maior que o barulho e que incomoda e amedronta o povo, é a violência que de certo tempo pra cá, aumentou. Basta abrir o Mural e lá está alguém dizendo que mais um assassinato aconteceu em tal lugar e em quase todas essas mortes, o tráfico de drogas está envolvido. Problema difícil de ser resolvido porque muita coisa está envolvida nele e a principal é o seu efeito no consumidor viciado que para satisfazer as exigências do vicio, a tudo se submete. Em muitas cidades, como o Rio de Janeiro, por exemplo, procuram retirar o consumidor das garras do vicio, internando-o em clinicas de recuperação. Isto pouco adianta porque a droga continua produzindo seus efeitos em novas vítimas. O combate ao traficante é difícil porque a droga é, hoje, uma organização internacional que veio de longe, se instalou no país com ramificação em todo seu território, atraindo para o consumo uma juventude despreparada para resistir a atração. Temos visto e acompanhado pela imprensa, o esforço das autoridades em combater esse mal. O sucesso, porem, é pequeno porque a organização criminosa tem meios de neutralizar as ações de combate e ai vai crescendo cada vez mais fazendo nova vitimas, principalmente na juventude que, aos poucos, vai sentindo a destruição de tudo que sonhava para o futuro substituída pela preocupação em conseguir o dinheiro para comprar a droga que o vicio exige. Essa preocupação é que lhe joga nos braços da violência contra a pessoa e lhe aproxima da morte, antes de ter conhecido a vida. (José Prates, 84 anos, é jornalista e Oficial da Marinha Mercante. Como tal percorreu os cinco continentes em 20 anos embarcado. Residiu em Montes Claros, de 1945 a 1958, quando foi removido para o Rio de Janeiro, onde reside com a familia. É funcionário ativo da Vale do Rio Doce, estando atualmente cedido ao Sindicato dos Oficiais da Marinha Mercante, onde é um dos diretores)
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