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Mensagem: Reginauro Haroldo Lívio Era um garoto que, como todo luiscarlosnovaes, amava os Beatles e os Rolling Stones. E não poderia ser de outra forma, visto que nasceu no Ano Santo de 1950, faltando apenas cinco anos para a gravação da música¨”Ao balanço das horas”, no filme de mesmo nome, que revolucionou a juventude do mundo inteiro lançando o ritmo do rock. Foi também o ano aziago em que a seleção brasileira perdeu a Copa do Mundo para o Uruguai, em pleno Maracanã, de virada. Para a imprensa de Montes Claros, que naquele ano era formada apenas de um jornal e uma emissora de rádio, marcou o nascimento em Almenara, cidade mineira do Jequitinhonha, próxima da Bahia, de um jornalista que pode ter sido seu maior repórter de todos os tempos. Não corro o risco de estar exagerando ao estabelecer um conceito para o amigo querido que partiu há poucos dias, deixando um grande vácuo em sua ausência, difícil de ser preenchida por outro profissional da imprensa. Ouvido a respeito disso, Waldyr Senna Batista, seu primeiro chefe de redação, no O Jornal de Montes Claros, que costuma ser rigoroso em suas avaliações, declarou que Reginauro Silva foi “excelente repórter”. Nada mais precisa ser dito, a não ser que foi crescendo a olhos vistos, muito lido e admirado nas matérias que assinava, e passando por diversas redações da imprensa local. Tornou-se, então, bastante conhecido como jornalista brilhante e teatrólogo, dotado de rara criatividade no exercício de seu mister. Tive o privilégio, por mero acaso, de vê-lo iniciando-se, no trabalho, ainda adolescente, no balcão do Bar Vilas-Boas, na Praça Coronel Ribeiro, servindo cafezinho a pessoas comuns e também a celebridades. Lembro-me dele atendendo o esportista e jornalista “Tu” Peixoto”, o contador Leônidas Leão, o professor Pedro Santana. Por ali também passaram o ecologista José Gonçalves Ulhoa, o britânico diamantinense João Walter de Godoy Maia, o gramático José Márcio de Aguiar, o filosófico “seu” Pires e outros que se perdem nos desvãos da memória, tanto tempo faz. Vejo-o caprichando o cafezinho para Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, e outros artistas que se hospedavam no Grande Hotel São José, a exemplo de Cauby Peixoto e Nelson Gonçalves. Não me esqueci de que os boêmios habituais do bar chamavam Reginauro de Brizola, carinhosamente,porém não me recordo da origem do apelido. Talvez pela inteligência e agilidade que viram nele, prevendo um futuro promissor para o garoto.. Ele poderia ter-se perdido, na orgia, como a maioria dos jovens de sua geração, marcada pela trilogia sexo, droga e rock’n’roll, mas largou a turma a tempo de salvar a bela carreira de jornalista que construiu. Só se lamenta que não tenha seguido outros moços que partiram para centros maiores e fizeram carreira de nível nacional. Não se imaginava vivendo e trabalhando em outra cidade que não fosse sua adorada Montes Claros, a qual coroou com a denominação poética de Cidade da Arte e da Cultura.
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