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Mensagem: A morte está solta Manoel Hygino - Jornal ´Hoje em Dia´ No dia 6 do mês das festas de Santo Antônio, São João e São Pedro houve mais do que o foguetório animador de antigamente. Em minha terra, onde as comemorações faziam exultar os corações, um rapaz, 25 anos, foi assassinado no Jardim Eldorado. E a Polícia Civil prendeu o suspeito de matar o estudante de direito. Não muito distante, em Coração de Jesus, lugar natal do grande poeta Artur Lobo, bandidos atacaram o Banco do Brasil, arrombaram cinco caixas eletrônicos, guardaram as armas em malas e fugiram em quatro carros com placa de Uberlândia. Mais perto da capital, seus facínoras explodiram também caixas do mesmo Banco e fugiram sem maior incômodo com o dinheiro em dois carros. A cidade em que nasceu o autor de ´Sagarana´ não podia ficar ausente da lista dos criminosos, que agora voltam sua atenção para os burgos do interior, já que nas capitais a polícia está mais rigorosa. O leitor observará minha preocupação com o crime em geral e as drogas, com um genocídio indiscriminado em todo o país. O Brasil se tornou cenário de uma carnificina, que se deplora e se condena, mas não atenua. Mata-se na cidade e nos campos e nas vias que os ligam. As estatísticas o demonstram, à saciedade. Recente estudo do Instituto Sangari revela que o Brasil tem o sétimo maior índice de homicídios entre as mulheres entre 84 países. Os estados com maiores taxas, em 2010, foram Espírito Santo, Alagoas e Paraná. Sessenta e oito por cento das vítimas foram agredidas na própria casa. Elimina-se o jargão: Lar, doce lar. Em verdade, degradou-se o espírito da família. Nas rodovias, na maioria precárias, vidas são ceifadas. Levantamento recente mostra que o número de mortes em acidentes duplicou em Minas de 2000 a 2010. Passou de 2.247 para 4.044, a mais alta taxa do Sudeste do Brasil, chegando a 80%. Em nosso Estado, os carros matam mais, parcialmente explicável o fato por termos a maior rede rodoviária nacional. Se bem que São Paulo totalizou 6.946 ocorrências de trânsito em 2010, enquanto Minas quedou com os 4.044 acidentes referidos. Lamenta-se especialmente que os criminosos quase sempre tenham sido liberados das prisões pela Justiça. Leia-se o noticiário dos jornais. Em uma reforma do Código Penal, evidentemente esses detalhes têm de ser considerados. Atualmente se cogita de ampliar para 40 anos o limite de cumprimento das penas de prisão dos detentos que cometerem novos crimes, aumentando dez anos. Uma ideia útil, mas não suficiente. Outras propostas para resguardar a vida do brasileiro têm de ser examinadas, discutidas e aprovadas. Com urgência. Nem se fale em motos. O Brasil é o segundo país no mundo em mortes em acidentes envolvendo motociclistas, com 7,1 óbitos a cada 100 mil habitantes. À frente apenas o Paraguai. Nos últimos 15 anos, o crescimento da taxa de mortalidade nesse tipo de acidentes cresceu 846,5%, enquanto a de carros ficou em 58,7%. Mata-se mais do que em cruéis conflitos.
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