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Mensagem: É um equívoco admitir que o arvoredo do interior da Praça de Esportes de M. Claros não exista porque não consta nos papeis da burocracia, ou neles não esteja tombado, protegido formalmente ou descrito. Sim, as velhas árvores amigas estão lá há meio século. Existem. Não se disfarçam, nem se ocultam. Não simulam, e não há como não vê-las. Ouvir o seu lamento, e dos que nelas buscam abrigo, quando ameaçadas de tombar pela mão ingrata dos homens. A Praça já foi mais arborizada, mais bonita, florida. Muito viva e generosa. O negligente poder público municipal, não apenas o de agora, mas também alguns anteriores, que chegaram a cercá-la (prossegue) com o comércio de aguardente, o poder público - por ação e por omissão - foi quem promoveu a falência da Praça, talvez já pensando no negócio imobiliário que poderia surgir ali. A Praça é, há décadas, o pulmão natural da parte central de Montes Claros, agora mais sujeita a tremores, e precisa ser vivificada, e não imolada. Precisa de mais árvores, de mais flores, de mais vida. De esportes e educação - e não da fuligem de ônibus, buzinaços, tumulto, rumores e lucro de corretores. É um espaço das pessoas, e não do transitório poder exercido no bojo às vezes lodoso do estado, que não pode vender, dispor ou transferir bem imaterial público prenhe de simbolismos. Não é quiabo ou toucinho que se possa comprar e vender no mercado, pois que é espaço único, não substituível. Pertence mais às gerações futuras, assim como foi essencial para as gerações passadas. É inegociável. A não ser em ambientes de penumbras e murmúrios. Leio nos jornais que a Polícia Federal, o Ministério Público do Estado e o da União e a Procuradoria de Minas se congraçam para impedir que a Praça, ainda que abandonada deliberadamente, seja transformada em cifrões, quando precisa ser vi-vi-fi-ca-da. Palavra que os dicionários tentam descrever assim: ´reanimar, ativar, ressurgir, fecundar, revivificar, animar, animizar, voltar, ressuscitar, revivescer, reviver, fertilizar, renovar´etc. A Praça não pode sofrer esquartejamento, como ato derradeiro, pela razão de ter sido esquecida e aviltada pelos que em primeiro lugar deveriam zelar por ela. Os espaços para a Vida, para o Verde e para a Natureza nunca foram tão necessários, e valorizados, como agora. Sequer suponho que, vencido este momento, a hipótese de mutilação volte a ser cogitada. Antevejo que as gerações futuras muito nos agradecerão pelo que pudermos fazer agora, agora, com empenho e vigor, para afastar a amputação pretendida de bem público nimbado pela história. Quanto a ter sido transformado em local de badernas, bebedeiras e barulho, o que é verdade, isto também decorreu da ação direta dos que, descuidadosos, deveriam ter zelado pela Praça mas permitiram o seu rebaixamento, seu envergonhamento. Louvarei o Senhor Prefeito se, num ato de reconhecida grandeza e humanidade, reconsiderar a intenção de ferir a Praça. Defender a vida é obrigação de todos. É dever que não pode ser declinado. Sem embargo de ser a nossa conduta um caminho de serenidade e não violëncia.
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