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montesclaros.com - Ano 25 - sábado, 28 de dezembro de 2024
 

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Mensagem: A Praça de Esportes vence o primeiro round José Prates É comprovada em todo o mundo a importância da imprensa na proteção dos interesses da cidadania e do bem público. Isto se verifica em qualquer lugar do mundo onde exista uma imprensa livre, cujo compromisso único é informar e defender a sociedade quando ameaçada. Em Montes Claros existe essa imprensa, para orgulho do montesclarense. Desde seu inicio com o velho O Jornal de Montes Claros, nos idos anos cinqüenta, a imprensa montesclarense trilhou o caminho da imparcialidade nos seus noticiários e se manteve sempre no compromisso social de defender a justiça e o bem público, condenando e denunciando tudo que fosse contrário a eles. Essa imprensa não deixou de existir em Montes Claros, desde que foi fundada e tem mostrado a sua conduta de lealdade e independência na defesa dos interesses sociais. Agora mesmo, vimos o caso da velha e abandonada Praça de Esportes ameaçada de loteamento para venda. A imprensa não se calou. Firmou-se na defesa desse patrimônio público, mostrando sua importância como um pedaço da história da cidade. A população inteira, salvo pequeníssima parte, aliou-se à imprensa e fez coro contra o loteamento e venda daquele espaço, mostrando indignação pelo desrespeito à historia que deve ser mantida com respeito. Algumas autoridades municipais, porém, insensíveis ao clamor público, não recuaram e mantiveram o propósito da venda, talvez, para não dar o braço a torcer. A licitação foi feita e marcada a data para entrega das propostas, mas, ninguém se apresentou para habilitar-se à compra. Foi a vitoria do povo e a comprovação do poder da imprensa montesclarense, na luta em defesa do cidadão e do bem público. As noticias que nos chegam todos os dias, porque todos os dias procuramos contato com Montes Claros, é de que o povo montesclarense não aceita a venda da velha praça para ser vendida como coisa imprestável e transformada não se sabe lá em quê. O próprio comprador que se dizia interessado, recuou quando sentiu a reação popular que pode se transformar em ações judiciais no caso que se concretize a venda. Isto pode acontecer, sem nenhuma dúvida e pode, até, anular a venda se esta for realizada. E quem comprou vai fazer o que? É um risco. O correto, inteligente e agradável ao povo da cidade é a conservação desse pedaço da história que deve ser cuidado e tratado com carinho. Podem correr a cidade, de ponta a ponta, perguntando a um e a outro a opinião sobre este caso e, com certeza, a maioria vai responder “não” à venda. Podem, até, dizer que o povo foi influenciado pela imprensa. Foi o contrário, porem. O povo é que influenciou a imprensa na defesa da Velha Praça. A Prefeitura de Montes Claros devia seguir o exemplo das Prefeituras de São Paulo e Rio de Janeiro na manutenção e cultivo da história do lugar. No Rio de Janeiro vemos, por exemplo, a Quinta da Boa Vista cujo patrimônio histórico é mantido com zelo, sempre exposto à visitação pública; os Arcos da Lapa, coisa antiga, hoje sem serventia, mas estão lá porque é história. Em São Paulo, Salvador, Recife é a mesma coisa, o respeito é o mesmo. Pode ser que os futuros administradores de Montes Claros pensarão assim. Vamos aguardar. (José Prates, 84 anos, é jornalista e Oficial da Marinha Mercante. Como tal percorreu os cinco continentes em 20 anos embarcado. Residiu em Montes Claros, de 1945 a 1958, quando foi removido para o Rio de Janeiro, onde reside com a familia. É funcionário ativo da Vale do Rio Doce, estando atualmente cedido ao Sindicato dos Oficiais da Marinha Mercante, onde é um dos diretores)

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