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montesclaros.com - Ano 25 - quinta-feira, 7 de novembro de 2024
 

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Mensagem: R$ 100 milhões vão pelo ralo com a corrupção - Operação Máscara da Sanidade da PF prende 16 suspeitos de desviar recursos públicos em 37 municípios do Norte de Minas. Deputados e pelo menos 10 prefeitos também são investigados - Montes Claros – Operação conjunta do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e Polícia Federal (PF), batizada de Máscara da Sanidade, prendeu ontem 16 pessoas suspeitas de comandar um esquema de desvio de recursos em 37 prefeituras do Norte de Minas. De acordo com as investigações, as fraudes alcançam pelo menos R$ 100 milhões desviados dos cofres públicos. Na operação foram cumpridos 120 mandados judiciais – 55 de busca e apreensão (16 pessoas físicas e 39 pessoas jurídicas, incluindo as prefeituras municipais); 49 de sequestro de valores, bens móveis e imóveis; e 16 de prisão temporária. A quadrilha, de acordo com o MPMG, atuava desde 1994 na região e era comandada pelo casal Evandro Leite Garcia e Maria das Graças Gonçalves Garcia, donos das construtoras Norte Vale, Radier Construções e Construtora EPG, todas com sede em Montes Claros. Juntas, as três empresas firmaram cerca de uma centena de contratos com as prefeituras para realização de obras diversas, como construção de postos de saúde, casas populares, redes de esgotamento sanitário, escolas municipais e limpeza urbana. egundo as investigações, eram três os tipos de fraudes. Em muitos contratos as obras eram feitas com funcionários e material comprado pela própria prefeitura e o dinheiro que deveria custear os projetos era rateado entre a ´organização criminosa e funcionários públicos corruptos´. Em outros casos havia superfaturamento e a execução era repassada para pequenas empresas ou empreiteiros locais. Outro expediente era executar a obra de modo diverso do previsto no projeto original, com material de qualidade inferior, em conluio com a administração municipal, mas receber o valor previsto em contrato. Boa parte das obras eram patrocinadas com recursos de emendas parlamentares e convênios firmados com os governos federal e estadual. Prefeitos e deputados votados na região também são suspeitos de participação no esquema, mas os nomes estão sendo mantidos em sigilo pelo MPMG, que terá de fazer uma investigação à parte envolvendo esses agentes políticos, que têm foro privilegiado. De acordo com o delegado Marcelo Freitas, chefe da PF em Montes Claros, no primeiro momento o alvo das investigações foram os chefes da organização criminosa e servidores envolvidos, mas já há provas da participação de pelo menos 10 prefeitos. “As investigações vão continuar e não está descartada a possibilidade de mandado de prisão contra prefeitos envolvidos”, ressaltou. Entre os presos ontem está o casal Evandro e Maria das Graças Garcia; o ex-secretário municipal de Administração de Montes Claros Luiz Eduardo Fonseca Mota (acusado de atuar como lobista da organização criminosa); o vereador de Santa Cruz de Salinas Manoel Teixeira da Cruz (irmão do prefeito Albertino Teixeira da Cruz); a secretária de Educação do mesmo município, Edineti Xavier dos Santos; e dois servidores municipais de Montes Claros – Romilson Fagundes da Cunha, do setor de licitações, e José dos Reis Pereira de Paula, da parte orçamentária e financeira. Foram presos ainda os secretários de Glaucilândia Heloísa Maria Duarte Botelho (Educação) e Sebastião Filogônio Dias (Administração) e o responsável pela medição de obras da Prefeitura de Olhos Dágua, Edilson Renato Caldeira, além de pessoas que atuavam como laranjas da organização comandada por Evandro Leite. Os 120 mandados de busca e apreensão foram expedidos pela Justiça de Santa Cruz de Salinas, onde começaram as investigações, feitas em conjunto desde 2009 pelos Ministério Público estadual e o Federal. Escutas telefônicas realizadas durante dois meses revelam a possibilidade de um número maior de cidades do Norte de Minas envolvidas nas fraudes, mas a operação de ontem englobou apenas as administrações em que o MPMG afirma ter provas e indícios de irregularidades. Loteamento Nas gravações aparecem constantes contatos telefônicos de servidores públicos de diversas cidades além de encontros reservados com prefeitos para tratar de assuntos envolvendo obras e concorrências. ´Foi possível observar ainda a articulação do grupo criminoso investigado com outros empresários do ramo da construção civil com a finalidade de definir antecipadamente o vencedor dos certames. Ora sagrava-se vencedora empresa vinculada ao bando de Evandro Garcia ora outras empresas que, em dado momento deram cobertura ao grupo delituoso, realizando-se verdadeiro loteamento de certames públicos´, diz trecho de um dos inquéritos instaurados pelo MPMG para apurar as fraudes. A Polícia Federal chegou ontem à casa do casal Garcia por volta das 6h. Cerca de duas horas e meia depois, os agentes deixaram a residência, que ocupa um quarteirão inteiro, no bairro Ibituruna, em Montes Claros, levando computadores, documentos e o casal, que cobriu os rostos com lençóis. Uma outra equipe também levou documentos e computadores da sede da Norte Vale, que funciona em uma casa na Região Central de Montes Claros, sem nenhuma placa de identificação. (Colaborou LR) Prefeito de Montes Claros está na mira da polícia após escutas - Luiz Ribeiro - A Prefeitura de Montes Claros não foi alvo de busca e apreensão por parte da Polícia Federal, mas o município é um dos investigados por causa de contratos firmados com as empresas comandadas pelo empresário Evandro Leite Garcia, que, de acordo com as investigações, lidera o esquema de fraudes. Em uma das escutas telefônicas autorizadas pela Justiça e que fazem parte do inquérito, o prefeito Tadeu Leite (PMDB) conversa com Evandro em 4 de maio. “Tem um serviço que tem fazer dinheiro”, diz o prefeito ao empresário, preso ontem. As escutas revelam também conversas entre Tadeu Leite e Luiz Eduardo Fonseca Mota, apontado nas investigações como “lobista do grupo criminoso e executor das obras de Evandro Garcia na cidade de Montes Claros” e que foi secretário de Fazenda e Administração do atual prefeito em suas duas gestões passadas. Em 9 de abril, Tadeu Leite ligou para o lobista e combinou um encontro, avisando que vai enviar para a casa dele documentos para ele tomar conhecimento antes da reunião. As empresas de Evandro executam diversas obras na cidade, entre elas a construção de um cemitério, de quadras poliesportivas e a reforma de uma praça. Nos diálogos aparecem também conversas entre Evandro e funcionários de suas empresas com servidores da Prefeitura, dois deles presos na operação, Romilson Fagundes Cunha e José dos Reis Pereira de Paula, e também com o secretário municipal de Planejamento, Marcos Fábio Martins. Luiz Eduardo já foi denunciado pelo Ministério Público Federal por comandar empresa envolvida em fraude para a construção de barragens com recursos federais em Januária, no Norte de Minas, também investigada na Operação Máscara da Sanidade. Transcrições implicam prefeito de Montes Claros Evandro Leite Garcia e Tadeu Leite 04/05/2012 Evandro: Fala Tadeu: Tudo bom? Evandro: Tudo bem. Tadeu: (...) precisar(...) Evandro: Como é que é, Doutor? Tadeu: (...) Evandro: Tá horrível a ligação, tem que melhorar aí. Tadeu: (...) Evandro: Não consegui ouvir nada que você falou, viu? Tadeu: (...)tem um serviço que tem fazer dinheiro. Evandro: Não estou te ouvindo nada. Melhora aí. Tadeu: (...) preocupa não, viu? Evandro: Não tô conseguindo te ouvir não. Luiz Eduardo Fonseca Mota e Tadeu Leite 09/04/2012 Luiz: Fala Tadeu! Tá “bão”? Tadeu: Tudo bem? Né? Que cachorrada é essa aí? Luiz: É que eu estou fazendo um trabalho aqui em casa. Aqui em casa é mais fácil de trabalhar. Tudo bem com você? Como foi de Páscoa? Família? Tadeu: Tudo bem. Eu tô precisando falar com “cê”. Que hora que “cê” vem aqui? Luiz: Eu posso ir amanhã de manhã, Tadeu. Tô resolvendo um... uma pendenga aqui. Tadeu: Amanhã de manhã não posso. Tenho reunião de secretários amanhã cedo. Então amanhã à tarde. Hoje ”cê” não pode não, né? Luiz: Amanhã à tarde eu passo aí. Tadeu: Hoje não dá mais não, né? Então tá bom. Eu tô mandando levar em sua casa um documento “procê” tomar conhecimento e amanhã cê passa aqui pra mim discutir uns outros assuntos. Tá bom? Que isso aqui tem um peso. Luiz: Algum problema ou não? Tadeu: Não. É um documento aqui “procê dá” uma olhada. Viu? E aí.. amanhã nós conversamos. Luiz: Mas você vai mandar agora? Tadeu: Vou mandar daqui a pouco. G1 - Escutas telefônicas revelam fraude em obras públicas no Norte de MG - Segundo a PF, empreiteiro mandou economizar em obra de ponte. Ao todo, dezesseis pessoas foram detidas nesta quinta-feira (21). - Escutas telefônicas feitas pela Polícia Federal com a autorização da Justiça revelam a gravidade de fraudes em obras públicas em cidades do Norte de Minas Gerais. De acordo com a polícia, um empresário aparece nas gravações ordenando a economia de materiais. Ele e outras 15 pessoas suspeitas de envolvimento no esquema, que já teria desviado R$ 100 milhões em verbas públicas de 37 prefeituras, foram presos nesta quinta-feira (21). As escutas foram feitas de março a abril deste ano. Ainda segundo a polícia, o empresário é Evandro Leite Garcia, dono da construtora Norte Vale. Em um telefonema para um prestador de serviços, ele manda retirar material da estrutura de uma ponte. “Não é pra usar treliça não, moço, tá pedindo treliça? Tem muita coisa que tá no projeto que nós não coloca (sic)...”, consta na gravação divulgada pela polícia. A obra citada foi realizada na cidade de Coração de Jesus e custou quase R$ 1 milhão. A Polícia Federal flagrou tratores e um funcionário da prefeitura trabalhando no local. A operação, batizada como “Operação Máscara da Sanidade 1”, foi realizada em conjunto com o Ministério Público Estadual. Foram cumpridos 55 mandados de busca e apreensão (16 pessoas físicas e 39 pessoas), 49 mandados de sequestro de valores, bens móveis e imóveis, e 16 mandados de prisão temporária. Os policiais fizeram buscas em prefeituras, em casas e em empresas. Nos locais, eles recolheram documentos. Ainda segundo a polícia, na construção de uma outra ponte em Santo Antônio do Retiro, o empresário manda reduzir o numero de vigas e a qualidade do material. “Eu quero ver se usava cascalho porque tá saindo muito caro essa areia e essa brita, viu?”, é dito em outro trecho da gravação. De acordo com o delegado que coordenou a operação, Marcelo Eduardo Freitas, um grupo empresarial que atua no estado desde 1994 praticou os crimes de formação de quadrilha, desvios de recursos públicos, lavagem de dinheiro e fraude em licitações. Entre os detidos estão secretários municipais, servidores públicos e empresários. Ainda segundo a investigação, há indícios contra dez prefeitos. “Esse grupo criminoso desarticulado nesta data agia fraudando licitações públicas e desviando recursos públicos. Ora com a mera emissão de notas fiscais em uma obra que estava sendo executada com recursos do próprio município, ora executando as obras em completo desacordo com as especificações do projeto contratado com o poder público”, disse o delegado. A Prefeitura de Santo Antônio do Retiro declarou que a ponte foi aprovada pelo engenheiro do município, mas que vai averiguar se foi usado material de baixa qualidade. Na Prefeitura de Coração de Jesus, ninguém foi encontrado pra falar sobre as denúncias e a qualidade das obras. O advogado de Evandro Garcia e de outros presos negou o envolvimento dos clientes com as fraudes e disse que vai pedir a revogação das prisões. O Tempo - Prefeituras do Norte na mira da PF - Mandados foram cumpridos em 36 municípios do Norte de Minas – Gustavo Prado e Isabella Lacerda - Um esquema de fraudes em 36 prefeituras do Norte de minas terminou, ontem, com a prisão de 16 investigados pela operação Máscara da Sanidade, da Polícia Federal. Entre os detidos estão seis secretários municipais, servidores públicos e empresários do ramo de construção civil, além de um vereador de Santa Cruz de Salinas. De acordo com a PF, no entanto, o esquema é ainda mais complexo. Pelo menos dez prefeitos, que tiveram participação direta em processos de licitação fraudulentos, continuam sob investigação e podem ser presos. A quadrilha usava três empreiteiras, que atuavam há pelo menos 20 anos na região e fraudavam as contratações. Segundo o delegado Eduardo Maurício de Araújo, as empresas eram ligadas aos mesmos sócios. ´Em alguns casos, os acertos eram feitos diretamente com os prefeitos, para que as empresas fossem vencedoras na licitação. Em outras situações, elas emitiam notas fiscais de serviços que eram realizados pela própria prefeitura. O recurso público era dividido entre os envolvidos no esquema´, informou. Em algumas concorrências, a quadrilha apresentava várias firmas laranjas de mesmo dono. As investigações começaram há seis meses, sendo que, nos últimos dois, foram quebrados os sigilos telefônicos dos investigados. Em uma das gravações, um prefeito, que não foi identificado pela PF, pede a um funcionário para ´sumir´ com documentos. Segundo o Ministério Público Estadual, os contratos suspeitos tratavam de construção de pontes e postos de saúde, calçamento urbano e coleta de lixo. Foram cumpridos 16 mandados de prisão temporária (válidas por cinco dias), 55 de busca e apreensão em residências e nas prefeituras e outros 49 de sequestro de valores e bens. Segundo a PF, alguns dos presos já respondem por ações penais em Montes Claros, Governador Valadares e em outros municípios. A dimensão do prejuízo para as cidades ainda está sendo contabilizada pela PF, que irá divulgar hoje o montante. (Com Agências) Sociopatia Origem. O nome Máscara da Sanidade é referência ao primeiro estudo sobre sociopatas publicado em 1941, com o livro ´The Mask of Sanity´, de autoria do psiquiatra norte-americano Hervey Cleckley. Dezenas de municípios tiveram um amanhecer surpreendente A megaoperação da Polícia Federal (PF), realizada no início da manhã de ontem, no Norte de Minas para desarticular a quadrilha provocou grande repercussão nas 36 cidades. Em Salinas, o clima era de insegurança, segundo moradores que presenciaram a chegada de uma equipe da PF à prefeitura. Por meio de nota, o prefeito José Antônio Prates (PTB) se defendeu e afirmou que ´nada foi constatado que pudesse macular o nome da administração e nenhum documento foi apreendido´. Ainda segundo ele, nenhuma das três empresas investigadas possui contrato com o município. Já em Santa Cruz de Salinas, quatro pessoas foram presas, uma delas, o vereador Manoel da Cunha, que é irmão do prefeito Albertino Teixeira da Cruz, ambos do PSDB. O presidente da Câmara, Vilmar da Silva (PP), lamentou o ocorrido e afirmou que ´ninguém desconfiava das irregularidades´. (GP e IL)

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