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Mensagem: Obra de cemitério é suspensa após descoberta de fraude em Montes Claros Prefeitura de Montes Claros interrompe contrato depois das investigações da Polícia Federal Luiz Ribeiro - A Prefeitura de Montes Claros suspendeu a construção do novo cemitério da cidade, no valor de R$ 1.390.715,75, um dos contratos investigados pela Operação Máscaras da Sanidade, deflagrada quinta-feira pela Polícia Federal e pelo Ministério Público para desmontar esquema de desvios de recursos públicos em licitações. As investigações apontaram que as fraudes seriam comandadas pelo empresário Evandro Leite Garcia, preso na operação. Ele é dono das empresas Construtora Norte Vale, Radier Construções e EPG Construções, alvos da operação. A Radier venceu a licitação para a construção do cemitério em uma concorrência fraudada, segundo relatório final da operação, conforme reportagem do Estado de Minas, publicada domingo. A suspensão das obras do cemitério foi anunciada ontem pelo prefeito Luiz Tadeu Leite, flagrado em conversas telefônicas com o empresário Evandro Lei Garcia e com Luiz Eduardo Fonseca, apontado como lobista da organização criminosa, segundo escutas autorizadas pela Justiça. O prefeito garantiu que só teve conhecimento das irregularidades na licitação depois da divulgação pela imprensa do resultado das investigações da PF. “Com a informação que (a Polícia Federal) me trouxe, eu entendo que a licitação está fraudada. Por causa disso, estou suspendendo a licitação e anulando o contrato (das obras do cemitério)”, declarou.O prefeito defendeu a necessidade da construção, afirmando que as vagas nos outros dois cemitérios da cidade já teriam se esgotado, e transferiu a execução da obra na Estrada da Produção, a cinco quilômetros da área urbana, para a Empresa Municipal de Serviços, Obras e Urbanização (Esurb). Escutas telefônicas feitas entre abril e maio revelam que concorrência foi fraudada com a intenção de favorecer a empresa de Evandro Garcia e que o serviço deve custar R$ 290 mil de mão de obra mais R$ 400 mil de material. Em um dos grampos, o empresário articula com Elisângela Pereira da Fonseca (cunhada e sócia dele) e Luiz Eduardo Fonseca, ex-secretário de Administração e Fazenda de Tadeu Leite, a retirada da licitação da empresa Retromáquinas, que teve sua inabilitação confirmada poucos dias depois. As gravações mostram também o prefeito tentando acelerar a obra, paralisada devido a uma inspeção do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCE-MG). A justificativa de Tadeu Leite foi de que teria interferido para agilizar a construção apenas devido a necessidade da obra. Ele também se defendeu da suspeita de envolvimento com o grupo comandado por Evandro Leite Garcia. Numa conversa com o empresário, gravada pela PF, Tadeu Leite usa a expressão: “Tem um serviço que tem fazer dinheiro”. O prefeito negou qe estivesse se referindo a pagamento ou qualquer outra irregularidade. “ Tenho consciência tranqüila. Não falei e não fiz nada de irregular. Falei muito ao telefone, mas não fiz qualquer coisa improba, desonesta ou de corrupção”, garantiu. Tadeu Leite admitiu conhecer Evandro Leite Garcia e ter telefonado para ele, mas alegou não poder fazer comentários mais aprofundados sobre as escutas. “Nem sei se houve escutas telefônica, nem sei em que contexto elas foram feitas. Não fui intimado”, esquivou-se. Ele afirmou que vai esperar a formalização das acusações para apresentar defesa. “Uma frase não pode incriminar ninguém”, argumentou. Em relação a Luiz Eduardo Fonseca Mota, o prefeito afirmou tratar-se de um “amigo de infância”, conhecido até então como uma “pessoa séria”. Prefeito desiste de reeleição O prefeito de Montes Claros, Luiz Tadeu Leite (PMDB), anunciou, ontem, que não será candidato à reeleição e também não participará na campanha devido a problemas de saúde, deixando para integrantes do PMDB decidirem se o partido vai ter candidato próprio ou apoiar o nome de outra sigla. “Não tenho recomendação médica para ser candidato. Não tenho saúde para isso. Ainda não me recuperei e ainda corro risco de vida se não me tratar de forma conveniente”, declarou o prefeito, visivelmente mais magro depois das duas cirurgias feitas em Belo Horizonte no início de junho para o tratamento de uma diverticulite. Houve complicação após a primeira operação, com necrose do intestino grosso, que foi totalmente retirado na segunda. Ele terá que ser submetido a nova cirurgia dentro de três meses. Além de problemas de saúde, o prefeito enfrenta outros problemas que dificultariam a conquista de um segundo mandato. A sua administração enfrenta alto índice de rejeição, segundo pesquisas divulgadas na cidade. A prefeitura de Montes Claros foi uma das 37 investigadas na “Operação Máscara da Sanidade”, deflagrada pela Polícia Federal na quinta-feira. (LR) Nove presos Nove investigados pela Operação Máscara da Sanidade, deflagrada pela Polícia Federal, permanecerão presos no Presídio Regional de Montes Claros. A decisão é da juíza Marcela Oliveira Decat de Moura, da Comarca de Salinas, que acatou todos os pedidos de prorrogação da prisão temporária dos acusados de desviarem cerca de R$ 100 milhões dos cofres públicos. Entre os mantidos presos, está o casal que é dono de três construtoras com sede em Montes Claros, Evandro Leite Garcia e Maria das Graças Garcia. Justiça prorroga prisão de acusados de fraude em prefeituras do Norte de Minas Segundo o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), as fraudes alcançam R$ 100 milhões desviados dos cofres públicos Marcelo Ernesto Nove suspeitos de participar de um esquema de desvio de recursos em 37 prefeituras do Norte de Minas vão continuar presos, conforme decisão da Justiça desta segunda-feira. Ao todo, a operação da Polícia Federal, batizada de “Máscaras da Sanidade”, prendeu 16 pessoas na quinta-feira da semana passada. De acordo com as investigações, as fraudes alcançam cerca de R$ 100 milhões desviados dos cofres públicos. Dentre os que tiveram a prisão prorrogada está o casal Evandro Leite Garcia e Maria das Graças Gonçalves Garcia, apontados como líderes da organização criminosa. A decisão é da juíza Marcela Oliveira Decat de Moura, da Comarca de Salinas. O pedido de prorrogação dos presos foi feito delegado da PF, Eduardo Maurício de Araújo. Na decisão, a juíza manteve recluso Sebastião Dias, Secretário Administrativo da prefeitura de Glaucilândia; Romilson Fagundes Cunha, servidor da Prefeitura de Montes Claros; Luiz Eduardo Fonseca Mota, ex-secretário de administração de Montes Claros (acusado de atuar como lobista da organização criminosa); Ady Wesley Silveira Dias, proprietário da Construtora Pontecial; Manoel Teixeira da Cruz, vereador de Santa Cruz de Salinas e irmão do prefeito da cidade; Edaise Luciana Rodrigues Chaves, chefe do setor de Licitações de Santa Cruz de Salinas. Todos permanecerão presos no Presídio Regional de Montes Claros. A quadrilha, de acordo com o MPMG, atuava desde 1994 na região e era comandada pelo casal Evandro Leite Garcia e Maria das Graças Gonçalves Garcia, donos das construtoras Norte Vale, Radier Construções e Construtora EPG, todas com sede em Montes Claros. Juntas, as três empresas firmaram cerca de uma centena de contratos com as prefeituras para realização de obras diversas, como construção de postos de saúde, casas populares, redes de esgotamento sanitário, escolas municipais e limpeza urbana. Segundo as investigações, eram três os tipos de fraudes. Em muitos contratos as obras eram feitas com funcionários e material comprado pela própria prefeitura e o dinheiro que deveria custear os projetos era rateado entre a ´organização criminosa e funcionários públicos corruptos´. Em outros casos havia superfaturamento e a execução era repassada para pequenas empresas ou empreiteiros locais. Outro expediente era executar a obra de modo diverso do previsto no projeto original, com material de qualidade inferior, em conluio com a administração municipal, mas receber o valor previsto em contrato. Com informações Alessandra Mello
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