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montesclaros.com - Ano 25 - segunda-feira, 30 de dezembro de 2024
 

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Mensagem: Abraço de afogados Waldyr Senna Batista A saída do prefeito Luiz Tadeu Leite da disputa eleitoral muda o quadro que estava sendo posto, mas não ao ponto de decidir a eleição. As convenções partidárias que vinham sendo realizadas e que se encerram neste sábado, à meia- noite, mostrarão que o PMDB local, atualmente, representa quase nada, e pode até mesmo influir negativamente em partidos ou correntes políticas que a ele se associem. Não passa de 5% de intensões de voto e leva às costas o peso de 70% de rejeição. No seu retorno à cidade, para cumprir exigência legal, o prefeito praticamente anunciou o fim de sua carreira política, dispondo-se apenas a cumprir o restante do mandato, e assim mesmo de maneira precária, devido ao seu estado de saúde. Há muito ele administra a cidade por controle remoto, sem se fazer presente no prédio da Prefeitura, regularmente. Por sinal, ele retornou a Belo Horizonte, onde continuará o tratamento. Ao se despedir, o prefeito não designou substituto para manter conversações do seu grupo sobre a próxima eleição, limitando-se a dizer que “o partido” se incumbiria disso, sendo que o partido sempre foi por ele personificado. Com a agravante de que, no momento, nem presidente tem, porque quem cumpria a função de títere, com a arrogância dos que se julgam poderosos, era o vereador Atos Mameluque, presentemente na cadeia, acusado de envolvimento no escândalo de desvio de verbas denunciado pela Polícia Federal. Até o momento em que este texto era produzido, não havia qualquer informação que indicasse tentativa de solução para o PMDB, que estava literalmente à deriva. Ao que parece, o chamado ‘’plano B’’, engendrado de afogadilho pelo prefeito, prevendo o lançamento do empresário Edgar Santos como candidato, não seria posto em prática, e se o fosse, não produziria o milagre de manter incólume o que restou do partido depois do cataclismo. O certo é que, sem seu principal líder e bombardeado nos últimos dias por intenso noticiário negativo, dificilmente o PMDB será cortejado por grupos interessados em agregar o tempo dele para propaganda eleitoral de rádio e televisão. O desgaste produzido por aliança dessa natureza teria o efeito de autêntico ‘’ abraço de afogados’’, em que ambos perecem. Quanto à roubalheira descoberta pela PF, ela vem corroendo as finanças da prefeitura há muito tempo. Há mais de um ano, nesta coluna, foi feita menção à lei municipal número 4201, de 22 de fevereiro de 2010, aprovada na Câmara pela bancada subserviente da situação (14 votos entre os 15 integrantes) com a clara finalidade de tapar o buraco nas contas da merenda escolar. Ela autorizou a venda de imóvel do município (doado à Câmara para construção de sua sede), com área de 4909 metros quadrados, situado na Av. José Corrêa Machado, arrematado em licitação pela empresa Styllos Alimentação Ltda. por R$ 3.303.329,74, a serem pagos em seis prestações (entrada +5 parcelas). Ao que consta, o valor efetivo do imóvel seria superior a R$ 5 milhões, que foi o lance dado pela Santa Casa, que descontaria do valor o crédito que tinha na prefeitura. A proposta foi desqualificada, devido à forma de pagamento oferecida. Mas agora se pode imaginar que o motivo teria sido outro. O curioso em tudo isso que a PF está revelando em rede nacional é que, há dias, quando foram dados os primeiros sinais dessas escabrosas operações, o prefeito Luiz Tadeu Leite, em entrevista à imprensa de Belo Horizonte, afirmou que estava sendo vítima de perseguição política pela PF, pelo Ministério Público e pelo Tribunal de Contas do Estado, prometendo que iria agir judicialmente para se defender. É possível que até então ele ignorasse o problema e, por isso, ‘’armou um circo’’como ironizou a imprensa da capital. Só que, se de fato ignorava a falcatrua praticada por auxiliares em quem confiava, a situação dele não melhora, pois seria, no mínimo, prova de imperdoável omissão. (Waldyr Senna é o decano da imprensa de Montes Claros. É também o mais antigo e categorizado analista de política. Durante décadas, assinou a ´Coluna do Secretário´, n ´O Jornal de M. Claros´, publicação antológica que editava na companhia de Oswaldo Antunes. É mestre reverenciado de uma geração de jornalistas mineiros, com vasto conhecimento de política e da história política contemporânea do Brasil)

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