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montesclaros.com - Ano 25 - quinta-feira, 7 de novembro de 2024
 

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Mensagem: Caça ao vice Waldyr Senna Batista O folclore político registrou que, nos tempos do velho PSD, as decisões eram aprovadas na véspera das reuniões convocadas para tomar decisões. Assim, elas serviam só para confraternizar, temperadas com cafezinho e pão de queijo. Pelo visto, os atuais dirigentes de partidos políticos em Montes Claros não aprenderam a lição dos coronéis do extinto PSD, pois usaram todos os prazos permitidos em lei para escolher seus candidatos a vice-prefeito e, até ontem, último instante do derradeiro dia para apresentação das chapas que concorrerão às eleições de 7 de outubro próximo, ainda estavam se esfalfando para encontrar nomes que pudessem atender seus interesses, entre eles o acréscimo de minutos nos horários de propaganda em rádio e televisão durante a campanha. Estabeleceu-se então o que se pode denominar de caça ao vice. A analogia com disputas futebolísticas é apropriada. Nas partidas de campeonatos de futebol há o tempo regulamentar, findo o qual, não ocorrendo vencedor, a decisão vai para a prorrogação, a que se seguirá a cobrança de penalidades máximas se persistir o empate. Pois em Montes Claros, neste ano, a política transformou-se em “verdadeiro futebol”. O principal partido no poder está fora da disputa devido a problemas de saúde do seu principal líder, o que é explicável, e então o grupo dele tenta associar-se a um de seus principais adversários, mas não encontra vice para lançar. A pessoa que havia sido preparada para a tarefa, “tirou o time de campo” momentos antes da aprovação em convenção. Estranho ao ramo, concluiu que aquilo não era bem o que havia pedido a Deus, pelo que preferiu ficar de fora, não tendo esclarecido que tipo de inconveniente teria motivado sua decisão, embora, em se tratando de política e de futebol, seja fácil imaginar. O que se estranha é que, tendo sido designado como reserva com relativa antecedência para a eventual substituição do titular do time, o chamado “plano B”, só à última hora lhe tenha caído a ficha. Passou-se então a procurar o substituto do substituto. Nas demais chapas, a escolha dos candidatos a vice não foi menos traumática. Numa delas, o principal candidato a vereador, que funcionaria como puxador de votos para a eleição de bancada mais expressiva, trocou eleição praticamente certa para o legislativo para disputar vaga como vice-prefeito, cuja eleição dependerá da vitória do titular da chapa. Tudo faz crer que a decisão de sacrifício se deveu à falta de opção. Na chapa do candidato até agora tido como favorito, divulgava-se um nome para vice e da convenção resultou outro, que, aliás, vinha fazendo campanha para prefeito, assegurando que vice ele não seria. Mas talvez tenha sido a escolha mais tranquila, admitindo-se até que possibilitou relativo equilíbrio na chapa. Quanto aos outros candidatos, tidos como menos qualificados em termos eleitorais, o problema não se restringiria propriamente aos vices, mas à chapa como um todo. Eles estão entrando na disputa com chances mínimas. São rigorosamente desconhecidos pelo eleitorado e deveriam iniciar pelo começo, isto é, dizendo quem são, a que vieram e por que se dispuseram ao penoso trabalho em benefício de Montes Claros. A população penhorada, agradeceria. Por tudo que foi dito, verifica-se que a questão do vice não tem merecido o tratamento adequado. A rigor, ela continua sendo tida como moeda de troca, mera questão burocrática, sem a exigência de que haja o mínimo de sintonia com o companheiro de chapa. E não deveria ser assim, considerando-se que, nas últimas administrações, ocorreram problemas graves exatamente devido a esse ponto. Haja vista a atual administração, que se inviabilizou, em grande parte, devido ao péssimo relacionamento do atual prefeito com o grupo a que pertence a vice-prefeita. (Waldyr Senna é o decano da imprensa de Montes Claros. É também o mais antigo e categorizado analista de política. Durante décadas, assinou a ´Coluna do Secretário´, n ´O Jornal de M. Claros´, publicação antológica que editava na companhia de Oswaldo Antunes. É mestre reverenciado de uma geração de jornalistas mineiros, com vasto conhecimento de política e da história política contemporânea do Brasil)

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