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Mensagem: Brasil de ontem, Brasil de hoje José Prates Fazendo uma comparação entre o Brasil de ontem e o Brasil de hoje, podemos verificar que as administrações do passado, até 1950, incluindo vinte anos de ditadura getulista, nada fizeram para o desenvolvimento do país, preferindo um Brasil dependente em tudo, dos países desenvolvidos. Naquele tempo vivíamos num Brasil pobre, com ensino público praticamente restrito ao fundamental; com atividade econômica quase exclusivamente agrícola, sem nenhuma industria, mas, com o povo vivendo em paz, e sossego. Qual a dona de casa daquele tempo que não se lembra do trabalho com o ferro de engomar, sendo assoprado a todo instante para avivar as brasas que o aqueciam? Ninguém se esqueceu do sofrimento da cozinheira reclamando da lenha verde que não deixava o fogão aceso, atrasando o almoço? Quem pode esquecer o rádio com ondas longas e curtas, que só era ligado à noite, quando a luz chegava, aquele aparelho grande em cima da Cristaleira que enfeitava a sala de visitas. Davam sete horas da noite e todo mundo estava em volta do rádio para ouvir a novela da Rádio Nacional, ouvindo o diálogo dos personagens e criando na imaginação com base nos efeitos de som, as cenas que se desenrolavam. Às oito em ponto, depois da novela, vinha o patriarca da família com sua cadeira de balanço para ouvir atento, o repórter Esso na voz de Heron Domingos, com as notícias do dia. Quem viveu aquele tempo nos sertões nordestinos, não o esquece e o recorda, muitos, com saudade. O Brasil era pequeno. Não tinha mais que quarenta milhões de habitantes, a maioria vivendo no campo. Morar na cidade, por quê? Empregado com estabilidade, só era o funcionário público. O resto era trabalhando no comércio, de sol a sol, sem direito a nada porque leis trabalhistas não existiam. Indústria? Uma ou outra fabrica de tecidos, geralmente nas capitais. Férias, repouso semanal remunerado, horas extras? Ninguém falava nisso. Era um Brasil inocente que não crescia, porque crescendo ia trazer muito prejuízo para um punhado de gente, os empregadores daquele tempo que perderiam a mão de obra barata, quase de graça. Empregada doméstica que chamavam de “criada”, trabalhava a troco da comida e dormida e já era muito. Não havia essa divisão em classe média alta nem baixa. Era, simplesmente, rico ou pobre. Como não havia progresso, não sabiam o que era desenvolvimento econômico e o pobre vivia, cada um a seu jeito, sem reclamar. Não havia grandes ambições. Nos sertões do nordeste, principalmente da Bahia, a ambição era São Paulo. O sonho da maioria dos jovens era “ir para São Paulo”. Não era fácil, porem. Sem estrada, sem condução adequada, a grande maioria dos “saopauleiros” ia a pé de sacos às costas até a cidade que lhe oferecesse condução. O sofrimento era grande até chegar em São Paulo, logo contratado para o serviço na lavoura de café, a principal. Para exportação, tínhamos três produtos: café, minério de ferro e algodão e nada mais. Importávamos tudo, até pena de escrever Hoje, vivemos um Brasil rico, industrializado, mas, em alguns momentos sentimos saudades de tudo que nos acontecia naquele tempo que passou e não volta jamais. O Brasil a aquela época, um país que tinha a sua economia sustentada em bens primários, uma agricultura pouco desenvolvida e centrada principalmente no cultivo, produção e exportação de café, produto este que perdia valor no mercado externo. Nós nos lembramos bem, Juscelino ainda estava no Governo de Minas Gerais, preparando-se para assumir a condição de candidato à Presidência da Republica, quando se empenhou com seus assessores em estabelecer um plano viável de crescimento econômico do país, A partir disso surgiu um plano de metas, resultado da analise pragmática do capitalismo brasileiro, que visava uma mudança substancial na estrutura produtiva do pais, deslocando o eixo da economia para a produção de bens duráveis. Dois grandes entraves, porem, existiam: a falta de energia elétrica e estradas em boas condições de tráfego. Juscelino, então, lançou o binômio “energia e transportes” como meta principal de seu governo. Daí, então, começou uma maneira de governar voltada para o desenvolvimento industrial que começava como ponto de partida para um novo país. A industria automobilística foi a primeira a chegar. Instalou-se em São Paulo e devagar foi avançando. Os outros governos que vieram seguiram o ritmo desenvolvimentista, a industria floresceu e hoje somos a sexta economia mundial, sem dever nada a ninguém. A nossa dívida externa que no passado diziam impagável, foi paga totalmente, agora, no Governo Lula. O que aconteceu é que começando por Juscelino, houve uma mudança de pensamento e ação dos governos que se voltaram para o desenvolvimento cultural, politico e econômico do país, visando, principalmente, a segurança e o bem estar do cidadão, que são as causas principais do avanço no caminho do progresso. (José Prates, 84 anos, é jornalista e Oficial da Marinha Mercante. Como tal percorreu os cinco continentes em 20 anos embarcado. Residiu em Montes Claros, de 1945 a 1958, quando foi removido para o Rio de Janeiro, onde reside com a familia. É funcionário ativo da Vale do Rio Doce, estando atualmente cedido ao Sindicato dos Oficiais da Marinha Mercante, onde é um dos diretores)
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