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montesclaros.com - Ano 25 - quarta-feira, 6 de novembro de 2024
 

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Mensagem: O velho discurso novo Waldyr Senna Batista Jairo Ataíde disputou quatro eleições para prefeito, ganhou a terceira e a quarta; concorreu uma vez à Assembleia Legislativa e foi eleito; e outra à Câmara dos Deputados, não se elegendo (é suplente no exercício do mandato). Athos Avelino: quatro tentativas para prefeito, venceu na terceira; elegeu-se deputado federal e não foi bem sucedido quando disputou cadeira na Assembleia. Rui Muniz já disputou seis eleições: duas para prefeito (perdeu), duas para deputado estadual (perdeu uma), uma para vereador (ganhou, sendo o mais votado da história) e uma para a Câmara dos Deputados (não se elegeu). Paulo Guedes chegou a Montes Claros depois de ser prefeito de Manga e no cumprimento do segundo mandato de deputado estadual. Os quatro, e mais dois figurantes, concorrem neste ano à Prefeitura de Montes Claros. O perde e ganha do passado faz parte da rotina política. Mas também serve para inviabilizar o discurso que alguns já ensaiam, de que representam o novo, que é o que o eleitorado montesclarense estaria pedindo. No máximo, eles podem centrar sua pregação de campanha tentando alegar que a experiência os capacita a realizar mais do que qualquer novato, pois levam a vantagem de conhecer os problemas da cidade. Se não os solucionaram foi por questão de tempo. Por isso, pedem nova oportunidade. Experiência por experiência, está aí o prefeito Luiz Tadeu Leite, que há mais de trinta anos apresentou–se como a novidade no cenário da política municipal e, depois de somar quatorze anos de mandato de prefeito, dois de deputado estadual e outro federal (pela metade), está encerrando melancolicamente sua terceira passagem pela Prefeitura. Se o discurso do novo tornou-se impraticável, porque “envelheceu”, restaria o de oposição, que, para surtir efeito, tem como pressuposto a autenticidade, produto em falta do cenário político. Neste caso, o candidato Rui Muniz vinha obtendo relativo sucesso, mas o anulou ao firmar coligação exatamente com o adversário, o prefeito Luiz Tadeu Leite, cujo esquema se inviabilizou devido a problemas pessoais e à série de denúncias de corrupção na Prefeitura. Do lado do candidato Jairo Ataíde, o discurso oposicionista também perdeu credibilidade a partir do momento em que ele se aproximou do prefeito inclusive usufruindo cargos na administração. Isso parecia inconcebível diante do inclemente combate que, durante muitos anos, lhe foi movido. Mas não ficaria bem mudar o discurso outra vez, em pleno andamento da campanha. O mínimo que lhe resta é “pegar leve”, tentando desconhecer o clima predominante na Prefeitura. Ele fala em “reconstruir Montes Claros”. Quanto a Athos Avelino, que nos últimos oito anos vem sofrendo sistemática perseguição do atual prefeito, fez o caminho inverso: de aliado passou a inimigo de quem o lançou na política e o fez candidato a prefeito. Se optar pelo discurso agressivo, terá de calibrar a dose para colher bom resultado. Paulo Guedes terá de explicar a razão pela qual desembarcou em Montes Claros, onde pretende gastar R$6 milhões para ser prefeito. Em resumo, a campanha se coloca diante do dilema de escolha do discurso apropriado. Rui perdeu o argumento; Jairo mostra-se contraditório porque teve sua candidatura apoiada pelo Governo do Estado, cujo objetivo seria derrotar o prefeito Luiz Tadeu Leite; e Athos precisa descobrir que, com Rui e Jairo alijados dessa área, o campo da oposição está aberto a quem queira assumi-lo com competência. (Waldyr Senna é o decano da imprensa de Montes Claros. É também o mais antigo e categorizado analista de política. Durante décadas, assinou a ´Coluna do Secretário´, n ´O Jornal de M. Claros´, publicação antológica que editava na companhia de Oswaldo Antunes. É mestre reverenciado de uma geração de jornalistas mineiros, com vasto conhecimento de política e da história política contemporânea do Brasil)

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