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Mensagem: Projetos de mineração no Norte de Minas: O outro lado da moeda. Sou um grande defensor do progresso; sei que, o minério de ferro, o ouro, o grafite e outros recursos minerais só têm valor depois de extraídos e processados para a indústria. Mas, o desenvolvimento econômico nem sempre significa que a qualidade de vida da população melhorou socialmente e ambientalmente; não resta dúvida que junto com ele vem a geração de emprego e renda. Mas, tudo isso gera o um passivo socioambiental – passa ser um inferno para uma cidade, suas estradas movimentadas por caminhões que trazem perigo à população local – rios, matas e nascentes desaparecem. O pior vem depois que as reservas minerais esgotarem, tudo vira um cemitério – as riquezas se foram e fica o passível que jamais será combatido. Então como resolver tudo isso? É propor aos governantes e aos empreendedores, que elaborem projetos de infraestruturas de modo facilitar a vida das pessoas no futuro – que estes projetos já ficam condicionados na formalização do protocolo de intenções. O projeto da SAM do Grupo Votorantim que previa um ramal ferroviário ligando Grão Mogol a Monte Azul / ilhéus-Ba foi descartado. Um grande erro! Seria uma das infraestrutura que, após o minério esgotado, serviria para o escoamento da produção de uma região essencialmente agrícola. Sendo a ferrovia de bitola larga, seria o ideal para um Trem de passageiros muito mais rápido até Ilhéus na Bahia fomentando o turismo mineiro e baiano. A alternativa do mineroduto será um desastre para nossa região que, por natureza enfrenta a escassez hídrica devido à baixa pluviosidade e com altíssima aridez. Mesmo os empreendedores garantindo a barragem do Rio Vacaria - dizendo que será para atender o transporte da polpa de minério mais “as propriedades rurais com área até 2 hectares de irrigação”(?...). Transportar 25 milhões de toneladas de minério por ano não será com pouca água que terão sucesso. Fica a pergunta: Qual a capacidade da barragem de Vacaria e qual será a demanda de transporte da polpa de minério? Caso a demanda for maior que a oferta. Será mesmo a barragem de IRAPÉ a salvação? Aí vem outro problema. A geração de energia poderá ficar comprometida nos períodos de estiagem prolongada? Nesta hipótese; qual a produção será paralisada? Outra discussão será a transposição das nossas águas para a Bahia. Depois de Minas lutar contra a transposição do são Francisco vem um projeto de transposição das águas do Jequitinhonha’ A água que transportará o minério ficará na Bahia que, com uma tecnologia qualquer pode reaproveitar a água para abastecimento público e outras atividades no Porto de ilhéus – o processo de licenciamento do mineroduto será separado das lavras e demandará muita discussão. Aliás! Serão três ou mais processos separados. Quando um prefeito da região falou que não tinha nenhuma objeção ao mineroduto - foi por falta de conhecimento – pois, mineroduto depois de desativado não serve para nada, enquanto a ferrovia ficará para sempre servindo a população. Os impactos sociais, ambientais gerados por uma mineradora alteram significamente na vida das pessoas - não podemos ficar pensando só nos royalties. Será necessário um prévio trabalho com a sociedade quanto às mudanças. O Norte de Minas pode ser a bola da vez, mas, temos que acertar o gol. Se não nossos filhos e netos ficarão “a ver navios” pelo o mineroduto vazio. Muita coisa ainda tem que ser discutidas e calculadas. José Ponciano Neto é Técnico em Meio Ambiente – Conselheiro de comitês de bacias CBHs– Membro da Associação Brasileira de Águas Subterrâneas - ABAS
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