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Mensagem: Até a merenda escolar José Prates As notícias que procedem de Montes Claros, geralmente trazidas por este Mural, quase todas nos alegram fazendo-nos sentir felizes pelo progresso e desenvolvimento econômico e cultural da nossa cidade. Raras, são as que nos deixam tristes. Algumas poucas, falam de pessoas totalmente afetadas pelo egoísmo que lhes fazem sentir com direito a tudo, mesmo de forma ilegal, sem sentirem o prejuízo ou o mal que causam a outrem. Agora mesmo, este jornal publica na mensagem 72296 uma extensa notícia sobre o desvio de verba destinada à merenda escolar dos alunos de Escolas Públicas de Montes Claros o que é feito por pessoas que se consideram qualificadas, ditas responsáveis, inclusive funcionários da própria Escola. Isto nos mostra e é triste vermos em fatos como esse que não acontece exclusivamente em Montes Claros, mas, em quase todo o país, que parte da nossa sociedade contemporânea está constituída em uma humanidade marcada e sustentada na competição, no interesse egoístico que promove a ausência de solidariedade, mesmo em se tratando de pobres inocentes, muitos dos quais têm naquela merenda sua única refeição diária. Uma humanidade que “tem ânsia pela paz, mas que convive com a guerra” como acontecimento inerente e insuperável quando estão em jogo seus interesses que consideram legítimos, mas, não o são. Entendemos que esse egoísmo marca profundamente uma boa parte da sociedade contemporânea que convive em constante estado de divisão, de subjugação, e que coloca na marginalização e no abandono grande parte de seus integrantes, afastando-a da partilha o que lhe torna incapaz de prover o próprio sustento. Quando crianças, na Escola, procurando encontrar o caminho para fugir da marginalização, os egoístas desequilibrados, levados pelo sentimento de desumanidade nascido do egoísmo sem equilíbrio, privam-lhe da alimentação única que é a merenda escolar. A imprensa nacional, de uns tempos para cá, vem publicando que jamais houve tanta corrupção no Brasil trazendo graves prejuízos à população honesta. É difícil dizer com embasamento cientifico se tal fato é verdadeiro porque a corrupção que está ai é um ato ultra secreto feito por indivíduos que se encontram, muitas vezes, dentro do próprio poder municipal, estadual ou federal e, logicamente, não estão dispostos a divulgarem os seus feitos. O mais provável é que, agora, com atuação mais freqüente das Policias Federal e Estadual, com incentivo da imprensa, estamos descobrindo casos de corrupção que vinham de muito tempo e não de agora como muita gente imagina. (José Prates, 84 anos, é jornalista e Oficial da Marinha Mercante. Como tal percorreu os cinco continentes em 20 anos embarcado. Residiu em Montes Claros, de 1945 a 1958, quando foi removido para o Rio de Janeiro, onde reside com a familia. É funcionário ativo da Vale do Rio Doce, estando atualmente cedido ao Sindicato dos Oficiais da Marinha Mercante, onde é um dos diretores)

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