Este espaço é para você aprimorar a notícia, completando-a.
Clique aqui para exibir os comentários
Os dados aqui preenchidos serão exibidos. Todos os campos são obrigatórios
Mensagem: Ganhando sem disputar Waldyr Senna Batista Tem sido - e deverá continuar sendo - uma campanha sem oposição, porque o prefeito Luiz Tadeu Leite não está disputando a reeleição e praticamente neutralizou ou absorveu grupos que pudessem se opor ao seu. Isso pode ter ocorrido casualmente, e, se foi planejado, a operação merece a classificação de jogada de mestre. Ao se afastar da disputa por problema de ordem pessoal, o prefeito imaginou que pudesse designar um de seus correligionários para se candidatar, mas como o escolhido recusou o encargo, o bloco situacionista ficaria à deriva, com seus candidatos a vereador deixados ao sol e ao sereno, por não terem cabeça de chapa majoritária. Foi então que se buscou guarida junto ao candidato a prefeito Ruy Muniz, que desde o ano passado vinha mantendo forte oposição à administração municipal. Teoricamente, por isso mesmo, ele seria o último com quem o prefeito poderia contar para aliança que abrigasse seus candidatos à Câmara. Essa aproximação foi facilitada pelo fato de Ruy Muniz dispor de poucos segundos no programa eleitoral de rádio e televisão, passando a ter, com a aliança, mais de cinco minutos. Como se diz, juntou a fome com a vontade de comer, ainda que a flagrante incoerência possa vir a ser tida como indigesta. A união, que parecia impossível, foi concretizada, dando origem à candidatura a vice do radialista Zé Vicente, que reapareceu distribuindo abraços(ham ham). Eliminou-se assim foco expressivo de oposição. Muito antes, o prefeito havia evitado que o candidato a prefeito Jairo Ataíde pudesse assumir a tarefa. A aproximação dos dois então notórios adversários funciona desde o início do atual mandato, com os vereadores jairistas integrando a bancada do prefeito na Câmara, composta por 14 dos 15 membros. Supunha-se que, na campanha, o grupo seria desfeito, devido à multiplicidade de legendas dispersas para a disputa da próxima eleição. Mas o grupo se mantém homogêneo, como se viu na semana passada, quando o bloco dos 14 aprovou projeto do Executivo autorizando a alienação de ativos imobiliários do município. Uma operação que tem o claro objetivo de tapar buracos na situação financeira da Prefeitura. Essa união no plenário do Legislativo não se estende à disputa eleitoral, mas, por certo, praticamente impede qualquer disposição que Jairo Ataíde tivesse em fazer oposição à administração. Ele até que está tentando disfarçar, adotando slogan de sentido ambíguo: “Pra Montes Claros sorrir de novo”. Se vai sorrir de novo, é porque deixou de sorrir. Por culpa de quem? – estará se perguntando o eleitor, com a resposta óbvia, mas pouco convincente devido ao baixo grau de oposição que o candidato pratica. Mas oposição, mesmo, deveria estar desenvolvendo o candidato Athos Avelino, em quem ficaria bem o discurso, apesar de suas origens nas hostes do atual prefeito. Mas ele, que parecia eufórico com o que entendia ser a reconquista da elegibilidade, recebeu um jato de água fria com o não registro da candidatura, que voltou a ser discutida nos tribunais. Isso complica sua situação, quando nada pelo fato de lhe tomar tempo nas discussões judiciais e no constante questionamento dos eleitores quanto à possibilidade de estarem se arriscando a perder o voto. Eleitor tende sempre a votar em quem ele sente que vai ganhar e, em caso de dúvida, acha melhor não se arriscar. Com isso, o prefeito neutralizou outro foco oposicionista. Restaria o candidato do PT, Paulo Guedes, que tem tentado aproveitar a ampla estrada do discurso de oposição. Mas pode não colher os resultados que esse posicionamento oferece, com base nas críticas à atual administração, que dá os últimos suspiros na condição de uma das piores de todos os tempos. Mas o candidato do PT não seria o portador ideal para a mensagem, pelo fato de não ter raízes eleitorais em Montes Claros. Antes, teria de explicar as razões da escolha que fez. Tudo isso leva à conclusão de que, sem oposição, o vitorioso já é o prefeito Luiz Tadeu Leite, que nem está disputando a eleição. (Waldyr Senna é o decano da imprensa de Montes Claros. É também o mais antigo e categorizado analista de política. Durante décadas, assinou a ´Coluna do Secretário´, n ´O Jornal de M. Claros´, publicação antológica que editava na companhia de Oswaldo Antunes. É mestre reverenciado de uma geração de jornalistas mineiros, com vasto conhecimento de política e da história política contemporânea do Brasil)
Trocar letrasDigite as letras que aparecem na imagem acima