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montesclaros.com - Ano 25 - quarta-feira, 6 de novembro de 2024
 

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Mensagem: Livre atirador Waldyr Senna Batista O ex-presidente Lula tem tido participação na campanha sucessória de Montes Claros. Por intermédio do candidato do PT, Paulo Guedes, e graças aos recursos da informática, ele até enviou cumprimentos aos parentes de sua primeira mulher, que nasceu na zona rural do município e, tendo se transferido para São Paulo, lá conheceu o retirante nordestino que chegaria à Presidência da República. Ela faleceu, de complicação no parto, antes de Lula tornar-se político. Paulo Guedes, segundo disse no programa eleitoral de rádio e televisão, esteve com o ex-presidente e trouxe mensagem dele aos familiares de sua falecida mulher, manifestando desejo de vê-los quando aqui vier. Há, como se vê, grande empenho em dar a entender que o ex-presidente virá a Montes Claros no curso da campanha, e que ele e o candidato do seu partido são amigos íntimos. Na agenda do candidato, ontem, estavam previstos “reunião e almoço com o ex-presidente em Belo Horizonte”. Esses fatos servem para mostrar que a campanha do PT em Montes Claros, orçada em R$ 6 milhões, está inserida em contexto mais amplo, que inclui cidades de expressão, onde o partido não consegue se impor. O diretório nacional sabe quais são e resolveu investir maciçamente nelas. Montes Claros está nesse grupo, onde o PT só tem conseguido eleger um vereador. Desta vez, quer bancada mais expressiva e a Prefeitura. Para isso, estará injetando dinheiro. Por enquanto, Lula está emprestando sua imagem, junto com a da presidente Dilma Roussef, para divulgação de seus candidatos, a prefeito e a vereador. Banners e vídeos circulam por aí, idênticos aos produzidos para outras regiões do País, mas contendo mensagens personalizadas de 25 segundos para a TV. Nada garantindo, porém, a presença de Lula em Montes Claros. Ele dificilmente se afastará de São Paulo, onde joga a grande cartada desta eleição. A imagem do PT no âmbito local não é das melhores, principalmente por ter seu único representante se integrado ao “grupo dos 14” que, na Câmara, prestou obediência cega à desastrada administração que dá seus últimos suspiros. Em razão disso, ficou agora difícil ao candidato do partido mostrar que se sente à vontade para praticar o discurso oposicionista que tem tentado introduzir na campanha. Na TV ele mostrou o quadro de deterioração da cidade, com imagens chocantes; e na ACI, ao melhor estilo do “livre atirador”, disparou a metralhadora giratória criticando políticos do passado que não cuidaram do planejamento da cidade, e os que ultimamente estão se revezando no poder, mostrando total incompetência e usando a Prefeitura para negociatas. E adiciona mais referências negativas: faltou ousadia aos políticos que administraram a cidade; vai firmar parcerias e promover encontros mensais para discutir os objetivos da Prefeitura; em Montes Claros predomina a política do empreguismo desenfreado; com as ligações que tem com Lula e Dilma, vai apresentar programa de governo factível; sabe onde tem dinheiro e vai buscá-lo; não tem compromisso com nada do que aí está; vai fazer governo de diálogo e dedicação integral; fará a requalificação do funcionalismo, valorizando os que trabalham; as administrações passadas foram nocivas, não planejaram a cidade; ele vai administrá-la com visão diferente; os mesmos políticos têm se revezado na gestão e nada produzem de novo; propõe-se a ser prefeito em tempo integral, pois será sua única atividade, só faz política, não é fazendeiro, nem empresário; firmará parcerias com entidades de classe; o prefeito de Montes Claros tem a obrigação de liderar a região, reunindo os outros prefeitos e se dirigindo aos governos; não fará o loteamento da Prefeitura, como sempre aconteceu; saneará os quadros municipais, acabando com o empreguismo; denunciou a existência de vereador que mantém 300 funcionários na Prefeitura. A rigor, não se trata de discurso novo. Outros o fizeram antes. O problema é a execução dele, depois de o autor chegar lá. (Waldyr Senna é o decano da imprensa de Montes Claros. É também o mais antigo e categorizado analista de política. Durante décadas, assinou a ´Coluna do Secretário´, n ´O Jornal de M. Claros´, publicação antológica que editava na companhia de Oswaldo Antunes. É mestre reverenciado de uma geração de jornalistas mineiros, com vasto conhecimento de política e da história política contemporânea do Brasil)

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