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montesclaros.com - Ano 25 - quarta-feira, 6 de novembro de 2024
 

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Mensagem: Efeitos especiais Waldyr Senna Batista Encerrada a terceira semana da propaganda eleitoral no rádio e na televisão, começa a fase do que os candidatos denominam de apresentação de propostas. É quando eles dão cordas à imaginação, sonhando acordados e usando os efeitos especiais da informática para produzir empreendimentos mirabolantes. Millôr Fernandes filosofava dizendo que pensar, é só pensar. A imaginação não tem limites. Produz viadutos, trincheiras, passagens subterrâneas, elevados, avenidas na área hoje ocupada pela linha férrea, e até trem-bala. Tudo isso, e muito mais, surge na telinha mediante toques mágicos. Muita coisa resgatada do arquivo-morto de campanhas passadas, que serviram para a eleição de candidatos de imaginação fértil, que estão de volta e que não medem consequências ao divulgar as “propostas” que eles sabem que não sairão do papel, ou da tela de TV. Contam, geralmente, com a curta memória do eleitor, que se deixa impressionar com o colorido das imagens da televisão e a ênfase sonora e calculada do rádio. Vitorioso, o candidato depara-se com a dura realidade, ou nem cogita de tentar viabilizá-la, consciente de que não há como dedicar o mínimo de atenção a qualquer desses itens. Afinal, o dia-a-dia de qualquer prefeitura é massacrante, feito de cobranças, folhas de pagamento, atendimento do público impaciente, contratação de pessoal, reuniões enfadonhas, justificativas para o não atendimento de promessas de campanha, cofres vazios e a rotina malcheirosa da coleta de lixo, além do trânsito infernal e da engrenagem emperrada dos serviços públicos. Tudo isso, e muito mais, dependem de dinheiro, que as prefeituras não têm, e, quando têm, são tantas as demandas, que não há como estabelecer prioridades. Tem sido atribuído ao prefeito Luiz Tadeu Leite o comentário de que a Prefeitura de Montes Claros não dispõe de recursos nem para a quitação da folha de salários. Para a realização de obras, insignificantes que sejam, ela tem de conseguir empréstimo em órgãos do Estado e da União, que, quando ( ou se ) chega, é insuficiente para a execução dos projetos. E ele sabe do que está falando, e só está falando assim porque não participa da atual disputa. Se estivesse disputando, o discurso seria diferente, como aconteceu ao longo dos últimos 30 anos, em que adotou o mesmo procedimento dos que são candidatos agora, inclusive falando no “novo”, que tem sido a tônica até dos veteranos curtidos em outras campanhas. A nova etapa da disputa eleitoral, além das “propostas” pouco realistas, traz também alguma esperança para a obtenção do dinheiro de que a Prefeitura necessita. Trata-se da formalização do apoio dos governos estadual e federal aos atuais candidatos. O que era mera pretensão, passou a ser anunciado sem rodeios. Caso dos candidatos Paulo Guedes, que tem aparecido na TV sob a proteção de Lula e Dilma, que juram de pés juntos que lhe darão suporte no caso de ele vir a ser eleito; e de Jairo Ataíde, que tem exibido imagens do governador Anastasia e do senador Aécio Neves, comprometendo-se a dar suporte financeiro para a solução dos problemas da cidade. Eles não se referem á dívida de R$ 80 bilhões com que se defronta o Estado de Minas, mas promessa é promessa. A um mês da eleição, mais coisas maravilhosas deverão ser mostradas na televisão, porque os candidatos são muito criativos e também generosos. Mas o eleitor, humilde, contenta-se com muito menos, e não é preciso nem prometer. Basta fazer, depois da eleição. (Waldyr Senna é o decano da imprensa de Montes Claros. É também o mais antigo e categorizado analista de política. Durante décadas, assinou a ´Coluna do Secretário´, n ´O Jornal de M. Claros´, publicação antológica que editava na companhia de Oswaldo Antunes. É mestre reverenciado de uma geração de jornalistas mineiros, com vasto conhecimento de política e da história política contemporânea do Brasil)

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