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Mensagem: BIÔ MAIA Na pia batismal em 29/03/1929, foi batizado Gabriel da Silva Maia. Filho de Tonico Maia e dona Badú Maia. Nasceu madeira pura. Maia com Maia. Sexto filho de uma prole de nove, nascido na fazenda Lagoinha, no Cedro. Caladão, sisudo, quieto, bigode siciliano, gestos comedidos, sistemático, impunha respeito. Aos que lhe eram queridos, um breve sorriso de contentamento. Nos folguedos de infância e adolescência os amigos sempre fieis: Alfredo Barreto, Henrique Chaves, Telé prates, Reinaldo Simões e Augustão Bala Doce. Colegas para dançar bolero, para beber, pescar, rodar de jeep nas noites de orgia e ir ao Clube Montes Claros. Nos carnavais, no Clube Minas Gerais, no Cassino, fantasiava-se de Zorro, juntamente com Reinaldo Simões, até que, durante um quebra pau entre foliões, saíram pelo exíguo buraco da janela e lá se foi o chapéu do herói. Desistiu de se fantasiar a caráter! Seresteiro de primeira, de instrumentos, tocava bandolim e violão, estando deitado à sombra próxima ao engenho de cana, da fazenda dos pais, se chamado, respondia: vâmo ficar aqui sem fazer nada que é melhor. Tinha um jeep 54, direção mecânica, que fez história nas noites dos anos 50. Ele falava- olha a curva do Redondo! O carro obedecia! Sendo seu chamego, conservava-o polido na flanela. Biô era bom companheiro para qualquer obra ou pescaria. Era só chamar, ele punha a tralha no exótico jeep e partia. Entretanto era intuitivo! fosse com a cara da pessoa bem, se não, amém! Freguês habitué do Bar Sibéria, servia a sua própria dose. A mão treinada simétrica, certinha, calculava no olho e só bebia com o copo tapado. Colocava uma caixa de fósforos por dentro de uma das lentes dos óculos, tapando um olho, sempre às dez da manhã, quando um raio de sol, coincidentemente, incidia no seu rosto. Como era criterioso, preferia tapar o sol, mas não saia da cadeira de sua preferência. Alma pura, era dotado de verdadeira adoração às crianças, altruísta pois na semana das crianças, distribuía brinquedos, guarda-chuvas e sombrinhas entre a gurizada. Solteirão convicto, passou boa parte de sua vida morando na casa de Quita Maia, sua irmã. Alex, seu sobrinho predileto, todas as noites, enquanto ele dormia, colocava o seu relógio Mido impermeável dentro de um copo de água, testando a sua pouca paciência. Os sobrinhos em sua homenagem fizeram o bloco carnavalesco Biô e Salomé, precedido do bloco caricato Bosta, com as suas sobrinhas adolescentes. Teve direito a samba enredo. Em 1998, quando nos deixou voltando aos mundos Súperos, teve como últimos parceiros de gole, tomando uma boa cana Seleta, Timbó e a Baianinha. O tira-gosto era chocolate branco, Sonho de Valsa. Que Deus o tenha, nobre guerreiro!
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