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Mensagem: O progresso veio com o povo José Prates joseprates1or@hotmail.com Desde que nasceu como Arraial das Formigas, Montes Claros mostrou o interesse pelo desenvolvimento econômico e até hoje não parou a luta pelo crescimento, o que é visível no seu dia-a-dia. Quando abro o montesclaros.com na internet e leio as mensagens ali publicadas, fico observando as mudanças que ocorreram na Montes Claros que eu conheci na adolescência, onde, depois dos vinte anos, residi, trabalhei e casei-me. Naquele tempo, isto nos anos cinqüenta, a cidade já era a principal do norte de Minas em atividade econômica, com um grande comércio varejista e algumas industrias, principalmente algodoeira sobressaindo-se, porem, na atividade econômica a pecuária que sempre foi o seu forte, desde a sua descoberta em 1768.. Pelo que vemos nas noticias, a cidade é outra: maior e mais rica. A vocação desenvolvimentista não morreu e o habitante de hoje parece o mesmo de ontem com interesse pelo progresso da cidade onde nasceu ou foi acolhido como filho e é onde vive. A pecuária foi o começo de tudo. Foi daí que nasceu o interesse pelo progresso, fazendo crescer cada vez mais, o rebanho bovino que era comercializado. No inicio, quando da descoberta das terras, a procura por novas pastagens fez com que alguns colonizadores se afastassem do litoral, entrando no interior do novo território, quando, então, descobriram esse pedaço de terra onde havia grande pastagem capaz de permitir a criação de bovinos. Com o passar do tempo, a pecuária instalou-se como principal atividade em grandes fazendas, fazendo nascer o povoado Arraial das Formigas que não demorou a ser elevado a cidade com o nome de Montes Claros que atraiu moradores, cresceu e tornou-se a principal da região, como é até hoje. O saudável entendimento entre os descobridores, com boa relação de amizade que garantia coesão na ação de desenvolvimento, foi, naturalmente, a origem da união que se desenvolveu entre os habitantes, dando a todos a impressão de uma grande uma família. Até os anos cinquenta, ainda era assim.. O hábito de saudar um ao outro ao se cruzarem nas ruas, onde andavam sem pressa, mostrava a amizade e o respeito entre eles o que não deve ter desaparecido, pelo menos entre os mais velhos. Com saudade, eu me lembro quando recém casado, morando na Rua Bocaiúva que margeava a Estrada de Ferro. De lá saia para o trabalho no jornal que ficava na Rua Dr. Santos, vizinho do Dr Alfeu de Quadros, político de alta influência, Prefeito Municipal na ocasião. Saia de casa, ia até a Praça da Estação ali pertinho, entrava na sede do Tiro de Guerra para cumprimentar o Sargento Benicio e de lá descia a Avenida Francisco Sá onde sempre encontrava Pedro Leopoldo que já estava indo para a Agencia da Real Aerovias. Dobrava a esquina e ia direto para a Praça do Grupo Gonçalves Chaves. Entrava e ia para a cantina onde Dona Maria, minha sogra, preparava a merenda das crianças. Geralmente tomava um cafezinho, batia um papo com Dona Marucas a Diretoria e descia a Rua, não me lembro o nome, passando pelos escritórios de Edgard Pereira e de lá ia para o jornal, passando antes no bar do Zé Periquitinho para tomar um copo de caldo cana, tirado na hora. No jornal já estavam todos: Meira fazendo a paginação, Andrezzo na linotipo e Dona Maria na expedição. Três artigos que eram as minhas colunas, eu tinha de escrever e publicar com assinaturas diferentes: JPrates, RTJaspe e Jesse Taporé e mais as reportagens e outras matérias para cobrir as oito páginas do jornal. Vizinho da redação era o escritório de advocacia do Dr. Orestes Barbosa, excelente causídico que muito influenciou na minha carreira com suas aulas de procedimento na sociedade. Em frente ao prédio do jornal estavam as Casas Macedo, de Waldir Macedo, especializadas em eletrodomésticos, sempre com tudo em exposição para a curiosidade de muita gente que ainda não conhecia fogão a gaz. A grande novidade era a geladeira elétrica que acabava de chegar. Antes, ela não estava presentes porque não tínhamos energia suficiente para mantê-las funcionando. O que não podemos desconhecer é que os habitantes de Montes Claros, sejam filhos ou não, sempre tiveram um interesse muito grande no desenvolvimento do lugar e procuraram todos os meios para dotá-lo de meios que facilitasem a vida do habitante. Tudo que lá existe veio da iniciativa e do esforço do montesclarense como vimos com Natercio e Flamarion que se sacrificaram vindo para o Rio de Janeiro, em 1937, fazer o curso de piloto na escola Hugo Catergiani onde brevetaram-se. Regressando a Montes Claros criaram o aeroclube local que fez muitos pilotos, inclusive Dona Eni Novais, a primeira mulher a brevetar-se, parece que no Brasil, o que foi noticiado e comentado no país inteiro. Depois do aeroclube, também com intervenção de Natercio França e Associação Comercial, veio a Panair do Brasil instalando linha regular entre Montes Claros e Belo Horizonte. Hoje o aeroporto operado pela Companhia Rio Sul Nordeste, transferido para a Infraero tem uma pista asfaltada de 2100 mts com 45 mts de largura, homologada para aviões até o porte de Boing 737. Pois bem. Isto é o que eu sei e que pode dar a quem não conhece a cidade uma idéia da grandeza desse lugar, resultado do interesse e amor de quem vive e trabalha ali. Pois bem, a cidade cresceu, e a riqueza aumentou deixando todo mundo alegre. Mas, a violência acompanhou, trazendo o medo que acaba com o sossego do cidadão. O noticiário fala em 104 assassinatos este ano. É demais. (José Prates, 84 anos, é jornalista e Oficial da Marinha Mercante. Como tal percorreu os cinco continentes em 20 anos embarcado. Residiu em Montes Claros, de 1945 a 1958, quando foi removido para o Rio de Janeiro, onde reside com a familia. É funcionário ativo da Vale do Rio Doce, estando atualmente cedido ao Sindicato dos Oficiais da Marinha Mercante, onde é um dos diretores)
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