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montesclaros.com - Ano 25 - terça-feira, 5 de novembro de 2024
 

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Mensagem: Uma lição que não se apaga

Jornal Hoje em Dia


Quando se aproximavam as festas cívicas e se desejava um discurso de excelência sobre as datas, o alto escalão administrativo se perguntava a quem escolher. Na lista sempre se encontrava Mello Cançado, Antônio Augusto de Mello Cançado, nascido em Pará de Minas, professor na Faculdade de Direito e da UFMG e da Mineira de Direito, acolhida sabiamente pela Universidade Católica.
Poeta e prosador, deixou muitos livros; escreveu para os jornais de uma época, que nem tão longe está; integrou a Academia Mineira de Letras, embora nos seus cem anos de nascimento tenha sido pouco lembrado. Uma injustiça que os tempos modernos, falhos de memória, cometem. Pequeno em estatura, grande em conhecimento, grande mestre, defendia ideias e amava o Direito Romano, de que foi notável professor.
Sua aula era uma lição – de Direito, de Filosofia, de Cultura, mas também de amor ao próximo, de civismo, de devoção às artes, à Justiça. Grande comunicador, ensinava com humor. Referindo-se às “Ordenações Filipinas”, comentava que no seu livro se aprende que a regateiro de então não é a de hoje. Tratava-se inocentemente das senhoras que vão hoje aos nossos supermercados comprar peixes, camarões, hortaliças e outros víveres para, depois, revenderem em domicílio.
Os mexeriqueiros não têm vez no Livro V das Ordenações. O título 85 mandava-os à cadeia. No título 81, ai de nós mineiros, proibiram-se as serestas. Indagava Mello Cançado: “Que mal fazem à alma da gente, dulcíssimas canções de amor ou de saudade, vindas do fundo da noite, ao esfrolar dos machetes, nos jardins de Pará de Minas, Uberlândia, Montes Claros, Pitangui ou Ouro Preto?”
Numa lição válida pelo tempo afora, aqui e por aí, Dom Felipe, no prólogo de seu Código, aos 5 de junho de 1595, deixava uma recomendações: “O bom rei deve ser sempre um, e igual para todos, em retribuir e premiar cada um segundo seus merecimentos. E assim como a Justiça é virtude não para si, mas para outrem, assim dever fazer o bom Rei, pois por Deus foi dado principalmente não para si, mas nem para seu particular proveito, mas para bem governar seus Povos e aproveitar a seus súditos como a próprios filhos...”
Para o centenário do sempre lembrado amigos e mestre, o magistério era uma paternidade. E, de fato, sem cansaços buscou transformar a escola em um lar, procurando adestrar, habilitar para a profissão, mas acima de tudo educar.

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