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Mensagem: Mais motivo de saudades. Foi ao chão, tornou ao pó, o venerando casarão da avenida Coronel Prates que abrigou um santo, segundo a lenda. Já não existe mais a Casa do Padre Marcos, que deu, e dá, nome ao beco - Beco do Padre Marcos - ligando duas das mais antigas avenidas de M. Claros - Coronel Prates e Afonso Pena. Por ocasião das eleições últimas, o casarão estava sendo destelhado. Agora, vem a notícia - já não existe. Cônego Marcos, saibam os mais novos, foi dos primeiros padres belgas a vir para M. Claros, no começo do século passado. Ele e o lendário Padre Chico, ambos da Congregação Premontratense, ou Norbertinos. Trouxeram as irmãs da Santa Casa e do Colégio Imaculada, entre elas Irmã Beata, havida como santa. Os bondosos padres belgas se puseram à frente de tudo o que há de mais meritório na história recente de Montes Claros - criação do teatro, da imprensa, da emissora de rádio, do seminário, colégios, hospitais, etc. E o Padre Marcos van In teve em tudo papel destacado. Era um líder da cidade, muito amado. Um santo homem. Aconteceu que bispo gaúcho foi enviado para substituir o pastor. A eminência reverendíssima tinha lá seus caprichos e seus critérios, e pediu que mudassem da sua diocese dois religiosos com fama e prestígio de santos. Assim, de uma hora para outra, transformou-se o destino dos cônegos Francisco Moureau, Padre Chico, e do padre Marcos. Padre Chico voltou à Belgica, querendo ficar aqui. Padre Marcos foi despachado para S. Paulo, onde anos depois morreu. Padre Chico ainda voltou, velho e doente, e em vão peregrinou por sua amada M. Claros - ia diariamente à gare da estação, com seu guarda-chuva surrado e cambaios sapatos, comprar passagens para.... para M. Claros, aonde sua lembrança não conseguia chegar. Não reconhecia mais Montes Claros na volta do desterro. (O exílio é doloroso, perguntem a Darcy). Aqui faleceu e aqui estão suas relíquias. Restaram, muito vivas, as lembranças de dois ícones, adorados dentro e fora da Igreja. Foi-se, agora, a Casa de Padre Marcos, com seu telhadão grupiara, uma das marcas materias da sua passagem. Permanecerá a legenda, o inapagável exemplo. Assim como o do Padre Chico, que no cemitério local tinha, tinha, na lápide singela e rasa o mais belo e forte dos epitáfios - ´Eternamente Sacerdote do Altíssimo´. Não passarão.
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