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Mensagem: Afonso Brant era primo e amigo de meu pai , além de advogado nas poucas vezes em que ele precisou de um profissional. Não era homem de falsear os fatos na defesa de seus clientes. Amava a verdade e tinha ética rigorosa. Não mentia e não deixava a mentira do cliente ganhar vida nas suas petições. Se o consulente insistia em tese descabida, indicava-lhe a lista de advogados da cidade. Não era dado às conversas inúteis e cavilosas, mantendo-se discreto e respeitoso a todo o tempo, de modo que sua figura merecia dos seus contemporâneos permanente reverência. Um nobre, mas investido daquela simplicidade que mais realça um caráter superior. Foi-se como vão as grandes almas, sem deixar à maldade humana espaço para necrológios reticentes, pois a unanimidade dos que com ele privaram ecoa a sua falta, o espaço vazio de sua ausência irreparável. Mas seu exemplo permanece, mostrando que o campo da ética deve ser o espaço de todos , em todas as atividades e, o que é mais importante, que isto é possível.
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