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montesclaros.com - Ano 25 - sábado, 2 de novembro de 2024
 

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Mensagem: Um verdadeiro Natal Ruth Tupinambá Graça O Natal se aproxima. É a festa mais bonita e significativa do nosso calendário. É a festa universal em que toda a humanidade participa E se emociona. É principalmente a festa das crianças. Tanto as ricas nascidas em berço de ouro, rodeadas de carinho e riquezas, como também as mais humildes, de sofrida infância nas favelas, em meio a promiscuidade e vícios, ou ainda as mais pobres (sem casas para morar) nascidas sob as lonas pretas embrulhadas em farrapos. Todas elas esperam, da mesma maneira, com a mesma alegria, o Natal e a chegada de Jesus, o Menino de Belém. É que a criança não tem maldade, é sincera, não foi ainda corrompida pela humanidade e acredita que Papai Noel existe, sempre esperando, confiante, um presente (o que mais deseja) colocando o sapatinho aos pés da cama na noite que é, para ela , a mais importante do ano. Às vezes fico pensando: a vida é um redemoinho e tudo passa, não pára, levando nossa juventude, nossos sonhos e nossas esperanças. As cidades crescem. Crescem também as crianças e outras tantas nascem a cada momento. Partem também, para nossa tristeza, os nossos entes mais queridos. Somente as lembranças permanecem para registrar o que fomos e o que sentimos, para nos embalar e consolar quando os fios prateados começam, indiscretamente, a brilhar em nossas cabeças... A saudade então é a nossa companheira e, ao nosso lado, com alfinetadas gostosas num misto de dor e prazer, nos recorda tudo. Um passado que se foi e não volta mais, embora permaneça em nosso coração como uma eterna lembrança. Tudo muda em nossas vidas pela lei natural do ciclo da nossa existência. É como o sol que nasce no ocaso, numa caminhada tranqüila, que nenhum fenômeno cósmico poderá impedi-lo, dia após dia, levando tudo. Primeiro vai a infância, a fase mais alegre,quando a criança ,despreocupadamente, só pensa em brincar. Vai também a adolescência e as preocupações, próprias desta fase difícil. Depois, a juventude fase em que o coração bate mais forte, trasbordando de amor, sonhos e esperanças... Mais tarde chega a maturidade (para não dizer velhice) fase mais séria e as vezes triste; fase das realizações mas também das preocupações e dissabores. O coração já bateu demais e sofreu bastante; houve muitas tristezas mas também alegrias e até felicidade. Em todas estas fases, não devemos perder a fé em Deus. É Ele que nos conduz e encaminha nossos passos. Mas, até o Natal, festa tradicionalmente universal, ano após ano, vem mudando e me faz refletir: Como era diferente o Natal da minha infância! Ainda me lembro. “Eu adorava ajudar a minha mãe plantar arroz no dia 13 de Dezembro, dia de Santa Luzia, nas latinhas de marmelada Colombo. Para contornar “o ‘laguinho” (feito com espelho) ao lado da enorme gruta que ela armava (na nossa sala de visitas) com jornais pintados com pó de carvão e grude. O Natal era o acontecimento mais importante da nossa cidade Visitávamos todos os presépios da nossa vizinhança, rezávamos o terço, acompanhávamos as pastorinhas nos cantos próprios daquela noite e depois vinha aquele café gostoso com biscoitos que a meninada saboreava com alegria No dia 6 de janeiro, da visita dos Reis Magos, era outra festa! O menino Jesus, no seu bercinho de palha era realmente adorado. E hoje o que acontece? Atualmente, para a nossa tristeza, transformaram o Natal numa festa de consumismo como outra qualquer. As famílias, na maioria, se desdobram na compra de presentes, num corre-corre desesperado à procura das promoções enganosas que as lojas anunciam, colocando nas vitrines objetos mais sofisticados e Papai Noel de todos os tipos e tamanhos, que enlouquecem as crianças. Raramente se vê nestas decorações, um Menino Jesus e com esta ausência, a maioria das crianças de hoje ignora o Deus Menino de Belém. Muitas acham que o decantado Natal é a chegada do ´velhinho de roupa vermelha´ barbas brancas e o enorme saco de brinquedos. Nos Shoppings, o que se vê ao invés das visitas aos presépios, é a criançada lutando para tirar um retrato no colo do ´adorado velhinho´. Raciocinemos: o Natal é a festa de Evangelização Cristã que a nossa religião vem nos passando a milênios. È o momento ideal para agradecermos a Deus por todo o bem que recebemos no dia a dia da nossa existência. E ainda: para pensarmos mais no próximo, nas crianças carentes(até famintas) vivendo miseravelmente na periferia da nossa cidade, em total promiscuidade, onde se instalam os vícios e as drogas e a violência massacra. Elas são humanas também e sofrem com a desigualdade social, o egoísmo e a indiferença dos mais afortunados. Já pensaram nestas crianças que também desejam um presente neste Natal? E quantas decepções!.... Parabéns aos Correios e ao Bretas que estão fazendo um bonito movimento neste sentido. Vamos prestigiá-los nesta bonita campanha dando a nossa contribuição para a alegria destas crianças. Que neste Natal as famílias economizem um pouco nas ceias e nas compras, lembrando-se mais do Menino Jesus, fazendo presépios em seus lares, visitando as igrejas e rezando. Nossa cidade também precisa muito de orações. Façam valer, colocando para fora o que de melhor existe em seus corações. (N. da Redação: Ruth Tupinambá Graça, de 96 anos, é atualmente a mais importante memorialista de M. Claros. Nasceu aqui, viveu aqui, e conta as histórias da cidade com uma leveza que a distingue de todos, ao mesmo tempo em que é reconhecida pelo rigor e pela qualidade da sua memória. Mantém-se extraordinariamente ativa, viajando por toda parte, cuidando de filhos, netos e bisnetos, sem descuidar dos escritos que invariavelmente contemplam a sua cidade de criança, um burgo de não mais que 3 mil habitantes, no início do século passado. É merecidamente reverenciada por muitos como a Cora Coralina de Montes Claros, pelo alto, limpo e espontâneo lirismo de suas narrativas).

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